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Esportes

09 DE JUNHO DE 2023

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Mundo do surfe debate critérios de avaliações

Notas atribuídas aos surfistas Gabriel Medina, à esquerda, e Ítalo Ferreira motivaram questionamentos sobre os critérios das pontuações concedidas no Surf Ranch Pro

Por: Vinícius Dantas
Da Redação

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No último dia 28 de maio, a etapa do Surf Ranch Pro da WSL (Liga Mundial de Surfe) sofreu bastante críticas por conta das decisões nas notas de surfistas brasileiros.

O norte-americano Griffin Colapinto foi campeão do circuito enfrentando o brasileiro Ítalo Ferreira. Colapinto teve na somatória 17.77 (8.70 + 9.07) e Ítalo recebeu 17.13 (8.70 + 8.43). Contudo, teve esse resultado questionado por parte da comunidade do surfe e até dos próprios atletas.

Além da outra bateria que foi muito contestada de Ethan Ewing e Gabriel Medina, que inclusive deu empate. Ambos tiveram 16.67 pontos, porém a nota mais alta garantiu a vitória de Ewing com 9.07 e Medina teve 8.67. Mas afinal qual o critério para as notas no surfe?

Critério de notas

De acordo com o surfista Cisco Aranã, os critérios se baseiam nas avaliações normais que as regras já impõem. Com isso, ele conta não haver problema. “As reclamações são justas. Sou surfista há mais de 60 anos e vejo que houve algum tipo de desequilíbrio nas notas, não sei se houve a troca de juízes na avaliação e se foi uma avaliação tão linear, acho que houve uma falta de critério realmente.”

Ele ainda confessa ter analisado o vídeo e acredita que os brasileiros estão certos em suas reivindicações e isso acontece há muito tempo, mas ocorre com outras pessoas. “Nesse caso, com Ítalo, Medina e Felipinho. Nessa virada do Brazilian Storm, realmente é para se pensar de como vão avaliar melhor. São surfes diferentes, um de linha e outro mais aéreo, mais radical, o que se exige nas regras”, explica Araña.

Mudanças

Sobre a possível mudança nos critérios de nota, o surfista aborda que no futuro seria uma avaliação bem fria, por meio da computação em filmagens para avaliar o grau de radicalidade, velocidade e todos esses critérios para tirar as dúvidas por intermédio das filmagens, não as filmagens e depois observado pelo olho humano, por exemplo.

“O computador está analisando o grau de radicalidade, assim se filtra ou soma-se uma média para ter um resultado mais coerente do que as vezes o olho humano falha, a percepção de velocidade, a percepção do grau de radicalidade, tem que ser olhado muitas vezes por olhos humanos para ter decisão, se houvesse uma planilha, para o computador fazer essa análise, seria uma coisa legal”, pontua Aranã.

Dúvidas

Sobre a questão de ter uma onda perfeita na piscina artificial de ondas acaba gerando dúvidas se pode influenciar ou não nas notas.

Segundo Araña, ele não acha que pode influenciar na nota final, mas sim que as performances dos brasileiros e estrangeiros são boas. A diferença é pelo estilo e grau de potência das manobras.

Ele também comentou sobre Kelly Slater, dono do Ranch.  “Não acho que por ser o Kelly Slater, o Ranch possa favorecer os americanos, mas acho que ou o grupo de juízes muda, com pessoas que tenham mais experiência do que esse grupo de juízes, para compor com mais percepção ou o treinamento para o juiz perceber e tomar como exemplo esses resultados que não foram legais, com estudos de observação das filmagens e melhorar a partir disso”.

Por fim, ele também ressalta que em todos os lugares existem esses tipos de desequilíbrio em notas, por mais juízes que sejam. Ele percebe que isso está ficando ultrapassado e ao longo do tempo desses próximos anos deve mudar esse tipo de análise, mais robótica.

Ele lembra que por meio da filmagem não tem como errar, seguindo dentro dos critérios que são observados esse tipo de análise mais fria e junto com uma soma de juízes. Ou seja, a soma do fator humano e a vivência, para assim tomar uma decisão e uma nota mais coerente.

Mente dos atletas

Além disso, ele retrata o lado humano e a mente dos surfistas para não deixarem essa repercussão e pensamentos negativos circularem na mente.

“Após Saquarema (RJ), existem etapas em outros lugares e os brasileiros são excelentes, eles não têm que se perturbar com isso.

“Tem que ir para cima e vão ter que continuar com o surf realmente forte do jeito que está, com manobras inovadoras, velocidade, radicalidade, até que se ache um ou outra pessoa que possa chegar no mesmo nível. Sem desmerecer os estrangeiros, americanos e australianos que tem um surf muito bom, como o Ethan e o Colapinto. Mas os brasileiros estão um passo à frente, na minha percepção”, informa o surfista.

Portanto, é necessário o reforço nas possíveis mudanças da forma em que ocorrem as avaliações das notas ou um maior treinamento dos juízes, como cita o surfista, para assim auxiliar nas decisões e poder progredir o esporte, evitando casos e polêmicas como as das notas.

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