“O Robinho é absolutamente inocente da acusação e da condenação que sofreu”.
As palavras do advogado criminalista, com larga experiência internacional, Vicente Cascione, são claras em relação ao jogador, condenado há 9 anos por estupro na Itália.
Cascione participou do Jornal Enfoque/Manhã de Notícias desta sexta-feira (4), onde falou este e outros assuntos.
O advogado destacou que Robinho (ex-Milan, Santos e Atlético Mineiro) foi julgado em primeira instância por autoridades que não se atentaram às provas.
“A condenação foi feita com base em gravações que não demonstram que houve crime. Houve sexo entre pessoas conhecidas”, citou Cascione.
O profissional não fez parte da bancada de advogados do atleta, mas ajudou – ainda que à distância – os profissionais contratados pelo jogador na Itália.
Sua atuação acabou ficando limitada em razão da pandemia, que restringiram o fluxo de viagens aéreas.

Com larga experiência no direito criminal, inclusive no exterior, Vicente Cascione assegura que o jogador Robinho foi vítima de preconceito que culminou na sua condenação por estupro. Foto: Carla Nascimento
O advogado destacou que não houve reconstituição e nem fotografia do corpo de delito.
Além disso, a garota albanesa só foi prestar queixa do episódio após cinco meses do fato.
“Robinho foi condenado por ser jogador famoso, brasileiro e preto. O preconceito imperou”, enfatizou.
O advogado ainda detalhou que só é possível fazer uma tentativa de revisão criminal, mas é um atalho difícil de ser percorrido.
E comparou como funciona a atuação dos advogados em países como Itália e França,
Lá, não é comum a apresentação de provas por parte dos advogados, ao contrário do que ocorre no Brasil.
Extradição
Com a decisão, o jogador não pode deixar o País, sob o risco de ser preso e extraditado.
Dessa forma, seu nome consta na listagem da Interpol.
Por sua vez, Cascione descartou o risco de extradição do jogador para a Itália, conforme previsto na Constituição.
Por sua experiência internacional, Cascione embarca na próxima semana para fazer palestras em universidades da França, Portugal e Alemanha.
Esta última dependendo da situação do conflito entre Rússia e Ucrânia.
Confira o trecho da entrevista onde o advogado fala sobre o caso Robinho
Entenda o caso
Por sua vez, em janeiro deste ano, Robinho foi condenado em última instância por violência sexual.
A Corte de Cassação de Roma decretou a pena de 9 anos de prisão para o brasileiro.
Assim, o caso aconteceu em 2013 em uma boate em Milão.
Conforme a justiça italiana, Robinho e um grupo de amigos abusaram sexualmente uma garota de origem albanesa.
O jogador atuava no Milan na época.
Depois voltou a jogar no Brasil pelo Santos, clube que o projetou, e Atlético/MG.
A defesa do brasileiro afirma que o ato foi consensual.
Robinho já havia sido condenado em duas instâncias.
Com a decisão em terceira instância, não cabem mais recursos.
Por sua vez, a Constituição brasileira não permite a extradição de nativos.
Assim, Robinho pode seguir em liberdade no Brasil.
Em 2020, o atacante acertou o retorno para a sua quarta passagem no Peixe.
No entanto, não jogou e seu contrato foi suspenso devido a pressão de patrocinadores e de torcedores.
Confira a entrevista completa