Quando se fala de história do Brasil, principalmente do período pré-imperial e imperial, o melhor bairro para se encontrar as figuras históricas desta época é o Campo Grande.
Lá, o nosso personagem deste capítulo, Joaquim Gonçalves Ledo, foi homenageado com o nome de uma rua.
Assim, a história desse personagem complementa e dá contibuidade ao tema Vias da Independência.
Portanto, também destacou em edição anterior a Rua José Clemente Pereira, que por acaso, fica localizado ao lado da Rua Gonçalves Ledo.
QUEM FOI JOAQUIM GONÇALVES LEDO?
Joaquim Gonçalves Ledo nasceu no Rio de Janeiro em 12 de dezembro de 1781.
Assim, aos 14 anos, foi para Portugal, onde ingressou na Universidade de Coimbra para estudar Direito.
No entanto, não concluiu o curso devido à morte de seu pai, em 1808, que o fez retornar às pressas ao Brasi.
De lá trouxe ideias liberais inspiradas pela Revolução Francesa e pelo ambiente da maçonaria.
Por sua vez, aos 35 anos, Ledo participou da fundação da loja maçônica Comércio e Artes e do Clube Recreativo e Cultural da Guarda Velha, espaços de debate sobre convicções liberais.
Dessa forma, sua atuação política se intensificou no início da década de 1820, tornando-se uma das principais vozes da campanha da Independência do Brasil.
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Em 15 de setembro de 1821, fundou, junto de Januário da Cunha Barbosa, o jornal Revérbero Constitucional Fluminense.
Assim, o veículo se transformou em porta-voz da luta pela emancipação política, atacando os interesses portugueses.
No mesmo período, aliou-se a José Clemente Pereira e junto da maçonaria persuadiram o príncipe regente a não retornar para Lisboa.
Organizou abaixo-assinados decisivos, como o que reuniu oito mil assinaturas em apoio à permanência de D. Pedro no Brasil, resultando no Dia do Fico.
Em outro, com seis mil assinaturas, pedia a convocação de uma Assembleia Constituinte.
Também redigiu o célebre Manifesto dos Brasileiros, em agosto de 1822, conclamando a união nacional pela Independência.
Assim, o documento eternizou a famosa frase: “Não ouça entre vós outro grito que não seja união! Do Amazonas ao Prata [atual Uruguai], não retumbe outro eco que não seja – Independência!”.
DECLÍNIO
No entanto, tido como “liberal exaltado”, Ledo liderava a corrente brasileira que defendia um Brasil autônomo, em contraposição ao grupo centralizador de José Bonifácio.
O confronto entre ambos se refletiu até nas lojas maçônicas rivais: o Grande Oriente do Brasil e o Apostolado da Nobre Ordem dos Cavaleiros de Santa Cruz.
Assim, em novembro de 1822, foi acusado por Bonifácio de conspiração e republicanismo.
Teve seu jornal fechado, a loja maçônica interditada, foi ameaçado de morte e precisou fugir para Buenos Aires, disfarçado de mulher e depois de frade.
Após ser absolvido pelo Tribunal de Relações do Rio de Janeiro, retornou ao Brasil em novembro de 1823.
Foi eleito deputado geral entre 1826 e 1834 e, em 1835, tornou-se membro da Assembleia Fluminense.
Em 1828, chegou a ser convidado por D. Pedro I para assumir um ministério e recebeu a Imperial Ordem da Rosa e o título de marquês, mas recusou as honrarias e cargos.
Cansado das disputas políticas, abandonou a vida pública e a maçonaria em 1834, retirando-se para sua Fazenda do Sumidouro, em Cachoeiras de Macacu, terra de seus pais.
Morreu em 19 de maio de 1847, aos 66 anos, vítima de ataque cardíaco.
A RUA
Com cerca de 930m, ligando as ruas Marquês de São Vicente e Carvalho de Mendonça, foi criada pela Lei 699, de 6 de setembro de 1923, sendo sancionada pelo prefeito coronel Joaquim Montenegro a nova denominação da Rua Projetada 111 para Gonçalves Ledo.
Na Baixada Santista, apenas Santos homenageia o político.
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