Poucos filmes são aguardados com tanta expectativa em 2012 quanto Os Vingadores, cuja pré-estreia ocorre na sexta-feira (27). A película, da Marvel Studios e distribuída pela Walt Disney Pictures, resgata o famoso grupo de heróis das histórias em quadrinhos (HQs) criado em 1963, encabeçado por personagens como Homem de Ferro (no filme, Robert Downey Jr.), Hulk (Mark Ruffalo), Thor (Chris Hemsworth) e Capitão América (Chris Evans). O quarteto, além da Viúva Negra (Scarlett Johansson) e do Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), foi “recrutado” por Nick Fury (Samuel L. Jackson), diretor de uma agência de pacificação (SHIELD), para combater um mal que ameaça a segurança do planeta — no caso, o deus Loki (Tom Hiddleston), meio-irmão de Thor.
Como em toda adaptação ao cinema — seja ela de livros, games ou HQs —, todo cuidado é necessário para não desvirtuar o roteiro com o qual os fãs se acostumaram para apenas deixá-lo comercialmente “acessível” à telona. “Você tem personagens carismáticos dentro do mesmo filme. São personagens que são verdadeiros ícones da cultura de massa, conhecidos no mundo todo. Não podem existir transformações radicais. As transições dos personagens em seus filmes individuais foram, de forma geral, bem feitas. Mas agora é um novo desafio”, considera o jornalista e professor universitário André Rittes, cujo estudo de mestrado envolveu a aplicação das HQs na educação.
Por terem passado pelas mãos de muitos desenhistas e roteiristas, as próprias HQs dos Vingadores já sofreram diversas transformações estéticas e na formação do grupo — outros heróis da Marvel, como Homem Aranha e Wolverine, também fizeram parte dos Vingadores. Até por isso, embora mantenha a formação “original”, o filme apresentará uma mesclas com a versão mais recente das HQs (chamada Os Supremos, ou Ultimate). Algo necessário, na visão de Alexandre Barbosa,o Bar, mestre em Quadrinhos Históricos pela USP. “Não teria como criar um filme com uma história retrô e o perfil dos personagens da década de 60. Da mesma forma, na Ultimate, você encontra muito sangue e mais palavrões. E a Marvel pertence a Disney. Não daria para ir aos extremos”, analisa.
Pistas para mais um?
E antes mesmo do filme estrear nas telonas, há quem pergunte: haverá continuação? De fato, a ideia é fazer de Os Vingadores uma franquia, com a possibilidade de até mesmo aprofundar alguns “dilemas” das HQs. “Esse filme já vai mostrar que há uma animosidade entre o Capitão América e o Homem de Ferro, personagens de morais bem distintas, que poderão ser exploradas em uma outra obra”, conta Rittes. Mas para isso, a franquia deverá superar outro desafio: manter os mesmos atores. “Os fãs esperam essa continuidade. Quando há mudanças, como a troca do Edward Norton (Hulk “antigo”) pelo Mark Ruffalo, vêm questionamentos do tipo: o projeto vai se sustentar?“, conta Barbosa, citando Senhor dos Anéis e Star Wars como exemplos de sequências que vingaram.
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Das HQs à telona: história dos Vingadores chega aos cinemas. Foto: Lincoln Chaves |
Os heróis e seus filmes
Homem de Ferro (2008): Tony Stark era um inventor e o maior fornecedor de armas do governo americano, até ser feito refém e ferido por restos de uma granada alojados perto do coração. Após escapar, Stark desenvolve e aperfeiçoa uma armadura que garante-lhe uma força sobre-humana e o torna o Homem de Ferro.
O Incrível Hulk (2008): Refugiado na favela da Rocinha e longe da mulher que ama, Bruce Banner está atrás da cura para a radiação gama que afeta seu corpo e o leva a se transformar em Hulk. Mas além de fugir da perseguição do General Ross, Banner também se vê diante de um inimigo tão destrutivo quanto Hulk: o Abominável.
Thor (2011): Filho de Odin, Thor receberia de seu pai o reino de Asgard, mas desobedece as ordens ao reagir com sede de vingança após a quebra de um acordo de paz. Revoltado, Odin expulsa Thor para a Terra, onde além de tentar recuperar seu martelo, o herói terá de combater seu irmão Loki, que planeja conquistar o planeta.
Capitão América (2011): Para fazer parte do exército americano durante a Segunda Guerra, Steve Rogers vira voluntário em experiências para criação de um supersoldado. Inicialmente usado apenas para incentivar os combatentes, Rogers entra em ação para derrotar um plano nazista, assumindo o codinome de Capitão América.
