A nossa vida mudou muito a partir do advento das tecnologias digitais, principalmente com os smartphones que trouxeram novos modos de comunicação.
Até a forma de criar os filhos ficou diferente, pois, em 2019, mais de 24 milhões de crianças e adolescentes já utilizavam a internet no Brasil.
Hoje em dia, além de todos os cuidados que já tínhamos com a saúde dos pequenos, ainda precisamos ficar atentos à maneira como eles utilizam as tecnologias, de modo a prevenir potenciais malefícios para o corpo e a mente das crianças.
Em 2016, a Sociedade Brasileira de Pediatria elaborou um documento intitulado “Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital”.
Todas as recomendações se tornaram ainda mais importantes agora, tendo em vista o aumento da presença das tecnologias em nossa vida por conta da pandemia.
Os primeiros cuidados dizem respeito ao tempo de exposição às telas.
A cartilha indica que as crianças menores de 2 anos não devem ter nenhum contato com os dispositivos digitais.
Já para as que possuem entre 2 e 10 anos, o ideal é limitar o uso em 2 horas por dia.
Problemas
Além do fato de o tempo gasto com as telas ser um período de inatividade física, o que pode colaborar para a obesidade infantil, ainda há outras preocupações: a exposição ao brilho dos aparelhos pode alterar o ritmo circadiano da criança, o que traz alterações severas na rotina de sono.
Para amenizar este efeito, a recomendação é diminuir o brilho da tela que a criança utiliza e afastá-la da internet pelo menos duas horas antes do horário de dormir.
Evidentemente, a pandemia nos obrigou a abrir exceções em relação ao tempo de utilização dos aparelhos, já que a educação formal foi transposta ao mundo virtual.
Em todos os casos, você deve estimular seus filhos a usarem os celulares e os tablets nos ambientes comuns da casa, e nunca sozinhos em algum cômodo.
Além de permitir um maior controle do tempo, você ainda conseguirá monitorar as atividades que a criança está realizando no aparelho.
A saúde mental é outro ponto delicado na era digital, principalmente por conta da exposição das crianças nas redes sociais.
O bullying virtual e o acesso facilitado aos conteúdos perturbadores são os principais perigos.
Menores de 12 anos
Por isso, o ideal é não dar nenhum aparelho aos menores de 12 anos, deixando que eles utilizem apenas os celulares dos pais.
Para que a criança não fique sem nenhum aparelho e se sinta parte das atividades adultas envolvendo as tecnologias, você pode optar por um tablet infantil, que tem a aparência dos tablets comuns, mas não possui os sistemas complexos que permitem a instalação de aplicativos, com foco apenas nas atividades que são seguras para as crianças.
Por fim, você deve conferir o aparelho que seu filho usa e monitorar o que ele está fazendo na internet.
Mesmo que ele utilize o dispositivo sempre nos ambientes comuns, algumas coisas perigosas, como a interação com desconhecidos, podem passar batidas, pois são ações silenciosas.
No caso de qualquer ameaça notada, evite simplesmente tomar o celular.
Em vez disso, tenha uma conversa com a criança e tente explicar os perigos do mundo digital.