Entrevista coom Fábio Nunes, o Prof° Fabião, secretário de Cultura de Santos | Boqnews

Santos

28 DE JANEIRO DE 2015

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Entrevista coom Fábio Nunes, o Prof° Fabião, secretário de Cultura de Santos

Sempre descontraído, o novo secretário de Cultura Fábio Nunes, ou como é conhecido Professor Fabião, assumiu o comando da pasta oficialmente na última semana, e – em entrevista ao Boqnews – falou dos principais desafios e da gestão que pretende adotar na área cultural, a qual analisa como sendo uma das principias ferramentas capazes de […]

Por: Da Redação

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fabiãoSempre descontraído, o novo secretário de Cultura Fábio Nunes, ou como é conhecido Professor Fabião, assumiu o comando da pasta oficialmente na última semana, e – em entrevista ao Boqnews – falou dos principais desafios e da gestão que pretende adotar na área cultural, a qual analisa como sendo uma das principias ferramentas capazes de transformar a sociedade. “Minha marca é sacudir os lugares onde eu vou. Como na canção de Gilberto Gil O melhor lugar do mundo é aqui…. Temos que dar o melhor onde estamos. Quero trabalhar coisas de vanguarda, cultura popular, com uma gestão criativa e integrada”.

Quais os principais desafios para este biênio à frente da secretaria?
O principal desafio de gestão é criar uma comunicação plena com a sociedade com transparência total. Abrindo as portas do Poder Púbico. Deixando claro que o que iremos atender é a demanda da sociedade. Os eventos, as atividades culturais, as oficinas serão produtos do que a sociedade de verdade quer. Não o gosto pessoal do secretário e da sua equipe. O mais importante é conseguirmos atender as necessidades principalmente onde as pessoas não tenham acesso a cultura. (…) Precisamos trabalhar o acesso à cultura. Os espaços precisam ser preenchidos por meio de eventos públicos, principalmente nas áreas mais vulneráveis. Temos a orla emblemática, mas também os morros, cortiços, Área Central, a Área Continental, Zona Noroeste… Estas comunidades precisam consumir e viver a cultura da cidade e também entender que podem e devem fazer cultura (…) Não existe um slogan, mas eu quero que Santos seja um território livre para criação. É um desejo pessoal, que as pessoas se sintam instigadas e inspiradas a criar, que tirem seus projetos da gaveta e de suas mentes, mostrando uma produção feita em Santos, mas para o mundo. A cultura não tem fronteira.

Os encontros para elaboração do Plano Municipal de Cultura já tiveram início. Com estão sendo discutidos?
O Plano, deflagrado pelo Raul Christiano (ex-secretário de Cultura), está atendendo uma demanda nacional. Quanto mais pessoas participando, ele será mais qualificado. Porque falamos em 10 anos? Pois a revisão formal de planos é feita a cada década, como o estatuto, plano diretor… Mas o que queremos é que seja uma plataforma de governança aberta, inclusive digital. O plano será criado, mas algumas ideias podem ser suprimidas, outras agregadas aos longo dos dez anos. Será uma plataforma de diálogo. Estamos muito empolgados. Será um bom início para estreitar a escuta popular.

Como está o Facult para este ano?
Com certeza terá o edital. Queremos ampliá-lo. Ele pode e deve receber recursos como das multas do Ministério Público. Queremos potencializar isso. O segundo setor historicamente já dá um apoio. Se envolvermos mais, teremos uma reposta muito positiva (…) Ele já faz, como o Carnaval, o Quiloa, Exposições artísticas. Faz a lista dos 10 nomes sempre são os mesmos. (…)

Projetos para este ano?
Tem dois trabalhar iniciados pelo Raul Christiano e que vale a pena resgatar e eu me comprometi em levar a diante que são: o Letras Santistas e o Renacervo. O primeiro para reeditar livros de autores santistas e o outro para valorizar as obras de artistas plásticos, muitas que são de bienais.

Para este ano, existe um planejamento melhor para evitar problemas como o que ocorreu com o FESTA no ano passado?
Conheço as regras da natureza mas também conheço as leis dos homens, fui 12 anos vereador da cidade. Para mim o que está acordado não sai caro. Aqui, infelizmente terei que falar não para muitas coisas por vários motivos, sejam econômicos legais ou políticos. Mas esta gestão será integrada. (…) Hoje quem achar que vai fazer só gestão política cultural, está enganado. Especificamente o pessoal do teatro é milenar. A arte é um dos vetores de formação do cidadão. As pessoas saem transformadas de uma peça. A energia da fala, onde as xxx são percebidas. A gente quer que todas as sardinhas assem por igual para os vetores culturais. Iremos com certeza contemplar o pessoal do teatro, primeiro pois estão nas ruas e eles fazem a sociedade pensar. Têm que ser valorizados.

Mas vai ter uma planilha?
Nosso orçamento anual é de R$ 31 milhões, ou seja, temos um cronograma e uma Lei de Diretriz Orçamentária para seguir.Esta gestão vai ser feita e aprimorada. Podemos fazer um balanço daqui uns meses avaliando como foi realizado este início de gestão com o dinheiro inteiro. O pagamento dos funcionários. A secretaria é uma das que mais tem equipamentos proporcionalmente.

Algo que quero é fazer uma aderência com a Educação. Não se concede um sem o outro. Este casamento será uma marca importante deste segundo biênio. Ainda não foi levado ao prefeito, mas ele (Paulo Alexandre Barbosa) deve ficar animado com isso. Abre uma grande possibilidade de evolução neste sentido.

A aprovação das OSs em Santos é tema polêmico ainda na sociedade. Este ano devem tomar mais força. Como vê esta questão?
As OSs de maior sucesso no país são na área cultural. Se conseguirmos replicar isso em Santos será um exemplo interessante. Quando você contrata para fazer parte da gestão tem um rearranjo interno da secretaria. O tribunal de contas do estado tem uma lupa gigante. É uma forma interessante de agilizar todo o processo. Com os quadros funcionais da prefeitura, a conta não fecharia. A cidade de Santos está começando a entrar no perfil de OSs. O orçamento só da Osesp, por exemplo, é cerca de R$80 milhões. O nosso total é de R$30 milhões. Nossa orquestra é uma das que conseguiu sobreviver, inclusive fará 20 anos. Está resistindo, além dos outros corpos estáveis de música de Santos. Isso sem falar nos quatro corpos de dança também.

A Concha Acústica já tem programação definida?
Temos um caminho que acho bem interessante. Acho que ela tenha que ser um ambiente para a cultura familiar da mesma maneira que a Fonte do Sapo é, mas com a função recreativa. Esta é uma percepção minha, mas que ainda não foi debatida. Espaço pode ser aberto para um sarau, por exemplo. Eventos onde a música pode ser a sonorização do canto humano sem amplificação. Além disso o espaço é uma vitrine para a Cidade. A orla tem esta característica. Quando a pessoa fotografa e posta isso na internet, a cidadão se transforma num mini embaixador.

Ao lado tem o Cine Arte Posto 4. Tem algum projeto de revitalização para este espaço?
Tem. Está tudo tabulado. Todos os equipamentos terão a prioridade de manutenção. Já fizemos a primeiras reuniões para definir. Os equipamentos precisam de manutenção permanente, com pintura, trocas de acentos, iluminação, projeção. O Miss mesmo passou por revitalizações importantes.

Falando em obras, como está a questão da biblioteca Mário Faria, ainda fechada após um ano de obra?
Assim como a biblioteca, o Teatro Rosinha Mastrângelo estão na pauta. Todos estes são assuntos que estão na pauta e existe um compromisso de agilizar o retorno das atividades. Vai ser o indicador real do desempenho ao longo do ano da Secult.

E o Carnaval, o que esperar para este ano?
Alguns especialistas já avaliam o carnaval já é o terceiro melhor do Brasil. História do Carnaval é interessante. Hoje a qualidade da estrutura está diferenciada. Existe um sistema de segurança, devido os acontecimentos do passado. A arquibancada tem o mesmo padrão da Fórmula1. A avenida está mais larga dando maior segurança. Além de ter um cuidado muito grande na movimentação e montagem dos carros alegóricos. O mais importante é a presença da Liga e do Conselho de samba. A liga reúne 17 agremiações. É uma instituição que debate o formato e que dá identidade. Um pleito grande é a que a gente oficialize o local do desfile e também crie algo similar como a Cidade do Samba. Projeto que deve ser construído coletivamente.

Já o Carnabonde acontece no domingo, local onde o prefeito entrega a chave da Cidade ao Rei Momo. Eles fazem um resgate histórico dos blocos antigos e já é um tradicional Carnaval de Rua familiar. No dia 30 já começa o Carnabanda. Este ano são 62 bandas de blocos.

As tendas também aparecem como opção e são sucesso. A cada ano são aprimoradas e também seguem um protocolo de segurança. Este ano foi colocado vaporizadores, por exemplo. Criamos o Espaço Kids para os pais que frequentam a noite, com brinquedos. Estão se transformando num complexo mesmo.

 

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