Com o objetivo de instigar uma visão mais crítica a partir de produções audiovisuais, o Cine Comunidade já atraiu, desde sua retomada em agosto de 2013, mais de mil pessoas em sessões que ocorreram em 13 espaços de Santos. O projeto busca levar a comunidades que nem sempre têm acesso ao cinema, filmes que geram reflexão e envolvem o espectador, sempre seguidos com bate-papos com o crítico de cinema André Azenha e, eventualmente, mais algum convidado. Será o caso da próxima sessão, na quarta-feira, 2 de abril, a partir das 19h, no Cine ZN. Dessa vez, com um filme que não foi exibido no circuito comercial em Santos: “1964: Um Golpe Contra o Brasil”. O encontro terá a presença do diretor do filme, Alípio Freire. A entrada é franca.
O documentário
O filme foi construído a partir dos depoimentos de militantes que atuaram contra a Ditadura Militar no Brasil. Almino Affonso, à época deputado federal e ministro do Trabalho do governo Jango, Rafael Martinelli, dirigente do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), a socióloga Maria Victoria Benevides, o médico Reinaldo Murano, o então presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Aldo Arantes, e o coordenador nacional do MST, João Pedro Stedile, estão entre os personagens ouvidos. O documentário se antecipa aos 50 anos do golpe, em 2014, e se torna o primeiro registro informativo, se propondo a refletir o período meio século depois. A atuação americana em favor dos golpistas e as tentativas anteriores, frustradas, de derrubar Jânio Quadros, são alguns dos temas abordados. Para Alípio Freire, o filme é importante para que “os estudantes, trabalhadores e trabalhadoras mais jovens possam conhecer melhor nossa história e formarem a sua própria opinião”.
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