Após quase dois anos de espera desde a apresentação do projeto, com pareces contrários e até resistência por parte de parcela de vereadores, enfim, o Funk se tornou Patrimônio Cultural Imaterial da Cidade.
O mesmo vale para o Cará, Capoeira e Futebol de Várzea, já aprovados e sancionados.
Autora do projeto, a vereadora Débora Camilo (PSOL) conseguiu uma vitória pessoal com a aprovação da proposta.
Afinal, a vitória foi apertada em segunda discussão: 7 a 5, a despeito de estarem 19 vereadores presentes na sessão.
Por sua vez dois vereadores se abstiveram (Audrey Kleys – Novo e Zequinha Teixeira – PP).
Além disso, o presidente da Câmara, Carlos Teixeira Filho (PSDB), não precisa votar – exceto se houvesse empate.

Vereadora Débora Camilo comemorou a aprovação do projeto. Foto: Felipy Brandão/Arquivo
Votaram a favor os seguintes vereadores:
Ademir Pestana – PSDB
Benedito Furtado – PSB
Débora Camilo – PSOL
Chico Nogueira – PT
João Neri – União
Lincoln Reis – Podemos
Roberto Teixeira – Republicanos
Votaram contra
Bruno Orlandi – PSD
Fábio Duarte – PL
Fabrício Cardoso – Podemos
Rui de Rosis – PL
Sérgio Santana – PL
Não votaram
Paulo Miyasiro – Republicanos
Marcos Libório – Republicanos
Adriano Piemonte – União
Augusto Duarte – União
Aliás, a vereadora Debora Camilo comemorou a conquista nas redes sociais.
“Além do Dia do Funk (10 de abril), também conseguimos aprovar o Funk como Patrimônio Cultural Imaterial da cidade. A cultura periférica produz arte, e o funk santista é um patrimônio nosso que merece ser valorizado e incentivado!”

Dia 10 de abril já passa a ser comemorado Dia do Funk Santista, conforme decreto publicado no Diário Oficial. Agora, o estilo musical virou patrimônio imaterial da Cidade. Foto: Reprodução
Justificativa
Em sua justificativa, a vereadora lembrou que o o funk é um gênero musical que se originou em comunidades afroamericanas nos anos 60 e começou a fazer sucesso no Rio de Janeiro nos anos 70.
Dessa forma, Santos ganharia projeção com o funk no final dos anos 80 e início dos 90, sendo a pioneira no estado em 1995.
O estilo ganhou uma identidade própria dentro das características do ritmo, melody, montagens e os famosos proibidões, “expressão dos excluídos em busca de atenção por políticas públicas’.
Portanto, a partir de 2010, o funk santista sofreu diversas perdas.
Assim, Felipe Wellington da Silva cruz, o MC Felipe Boladão morreu, assim como Eduardo Antonio Lara, 27 anos, o Duda do Marapé, morto em 12 de abril de 2011.
E Jadielson da Silva Almeida, 28 anos, o MC Primo morto em 18 de abril de 2012.
Aliás, dias depois foi a vez de Cristiano Carlos Martins, 33 anos, o MC Careca.
“Apesar do preconceito e da marginalidade que ainda cercam essa manifestação musical, artística e cultural, hoje o Funk é um dos gêneros musicais
mais escutados no mundo e o mais escutado entre os jovens periféricos do Brasil”, explica a vereadora em seu projeto.
“Para quem mora na cidade que tem a maior favela de palafitas da América Latina (Dique da Vila Gilda), o Funk é uma realidade há mais de 27 anos e chegou a hora dessa cidade reconhecer que o Funk é um dos seus patrimônios”, finaliza.
Assim, a sanção do projeto depende agora apenas do prefeito Rogério Santos (Republicanos).
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