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30 DE JANEIRO DE 2011

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Internet altera hábitos dos quadrinhos

Agência Brasil Cyber quadrinhos, hiperquadrinhos ou quadrinhos virtuais? O nome ainda não está bem definido, mas começa a ser discutido e recebe mais destaque hoje (30), no Dia do Quadrinho Nacional. Em pleno século 21, com o avanço tecnológico, as HQs ou gibis, como são popularmente conhecidos, ganham um novo espaço: a internet. Worney Almeira, […]

Por: Da Redação

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Agência Brasil

Cyber quadrinhos, hiperquadrinhos ou quadrinhos virtuais? O nome
ainda não está bem definido, mas começa a ser discutido e recebe mais destaque
hoje (30), no Dia do Quadrinho Nacional. Em pleno século 21, com o avanço
tecnológico, as HQs ou gibis, como são popularmente conhecidos, ganham um novo
espaço: a internet.

Worney Almeira, representante da Associação de Quadrinhistas e Cartunistas do
Estado de São Paulo, explica que apesar de não existir uma denominação
específica, muda o suporte de produção que passa a ser eletrônico e não mais de
papel. “O quadrinho sempre esteve ligado ao impresso e por isso será uma arte
nova [com a internet], que ajuda muito, especialmente o pessoal
alternativo, a vender suas revistas. Tem sido bom para a gente”, diz ele.

Mas antes mesmo da rede mundial dos computadores existir, o quadrinho
nacional sempre buscou seu espaço. A prova disso é a própria instituição do dia
30 de janeiro como data para homenagear os profissionais brasileiros e seus
personagens e que, apesar de não ser oficial, é reconhecida.

Para que o quadrinho nacional tivesse um dia, foi necessário um movimento, na
década de 80, que uniu quadrinhistas como Henfil, Laerte, Paulo e Chico Caruso,
como explica Worney Almeida. Eles foram contrários à ideia da editora Ebal, que
em 1983, queria que a data fosse aquela em que começou a ser publicado o
suplemento juvenil no Brasil, em 1934.

“ O pessoal que trabalhava com quadrinho na época achou injusto, já que o
suplemento foi responsável pela avalanche de publicações estrangeiras no país.
Nós procuramos uma data que homenageasse o quadrinho nacional e escolhemos
aquela em que, em 1869, foi publicado o primeiro quadrinho com personagem fixo e
de continuidade. No caso, As aventuras de Nhô Quim ou as Impressões
de uma Viagem à Corte
”, pelo italiano naturalizado brasileiro Ângelo
Agostini, foi um marco.”

Para o quadrinhista Alex Leal, atualmente não existe uma cultura nacional
forte de quadrinhos, embora o país tenha grandes nomes. Para ele, o grande
personagem de quadrinhos nacional é o Amigo da Onça, de Pericles
Maranhão, publicado durante 30 anos. Ele cita também Carlos Zéfiro, responsável
pelos quadrinhos eróticos, e que influenciou toda uma geração. Alex acredita que
no Brasil não se conseguiu criar uma cultura forte nessa área. Ele lembra os
Mangás, de origem japonesa e que já influenciam quadrinhistas brasileiros. Mas
concorda com Worney ao dizer que “hoje, a internet é uma grande forma
de ajudar na divulgação dos quadrinhos”.

Worney Almeida acredita que o futuro do quadrinho nacional está em pessoas
que se profissionalizarão também na arte gráfica em geral e que vão continuar
publicando suas revistas alternativas. “A gente não vê muita perspectiva na
distribuição de revistas de grande tiragem de grandes editoras. A quantidade de
revistas deve diminuir nas bancas de jornais ou livrarias, mas deve persistir
esse mercado alternativo [internet] que é também de experimentação,
onde há muita ficção, quadrinhos policial e até de faroeste.”

Há cerca de dez anos o quadrinho nacional se restringe ao estúdio de Mauricio
de Souza, com sua Turma da Mônica, e a iniciativas independentes. “Hoje em dia
não se tem mais grandes editoras que banquem novos autores ou revistas novas,
cada autor se autoproduz. São revistas de boa qualidade com tiragem de mil a
dois mil exemplares e a distribuição é alternativa. A profissão de quadrinhista
no Brasil tem pouquíssimo espaço”, conclui Worney Almeida.

As comemorações do Dia Nacional dos Quadrinhos ocorrem com uma extensa
programação em gibitecas e livrarias de todo o país, como o lançamento de
publicações independentes, palestras e oficinas. Além disso, a associação de
Cartunistas de São Paulo entrega no dia 5 de fevereiro o troféu Angelo Agostini
aos melhores do quadrinho nacional de 2010.

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