Com 57 anos de profissão, o jornalista José Rodrigues não para.
E nem pensa nisso.
Durante décadas, ele esteve à frente da chefia de redação do jornal O Estado de S. Paulo em Santos.
Além disso, foi correspondente do veículo no litoral, incluindo a cobertura do Santos FC.
Mas sua paixão por vinhos desde a infância o levou para o empreendedorismo.
Afinal, durante anos o jornalista esteve à frente do Petit Verdot, casa especializada na bebida localizada no Boqueirão, em Santos, no litoral paulista.
Ela funcionou durante anos em uma simpática casa no bairro tornando-se ponto de encontro dos amantes de vinhos de qualidade.
Agora, ele quer unir suas duas paixões: jornalismo e vinhos.
E assim, planeja começar a escrever um blog – ou em página de jornais – dicas e assuntos ligados ao universo do vinho.
“Mas sob a ótica do bebedor”, diz.
Afinal, não faltam rótulos para apreciar.
Só na Anvisa, são 40 mil registrados.
Rodrigues participou do Jornal Enfoque desta quinta (13).
Assim, com o novo desafio, seu objetivo é escrever sobre vinhos, mas trazendo a experiência de quem consome o produto.
“O vinho é seu. Você não é escravo dele. Pode fazer o que você quiser”, diz.
A ideia é iniciar o projeto nas redes sociais – ou em algum site de notícias.
Outro projeto é resgatar reportagens antigas e reuni-las em blog ou livro, incluindo ‘causos’ de sua extensa carreira profissional.

Com 57 anos de Jornalismo, José Rodrigues quer unir duas paixões: o jornalismo e os vinhos. Foto: Carla Nascimento
Fake news
Durante o programa, o jornalista – e advogado – enfatizou o impacto que as fake news têm provocado na sociedade.
E lamenta as mudanças na profissão, onde o contato com as fontes (pessoas a serem entrevistadas) mudou.
Afinal, se a tecnologia tem as vantagens de agilizar e facilitar o trabalho profissional, ela também traz dissabores e até tragédias.
Como o caso da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, o primeiro caso de fake news oficial que resultou em morte no Brasil.
“Foi uma tragédia”, relembra Rodrigues, que chegou a cobrir o fato em maio de 2014.
Tragédia em Guarujá
Fabiane foi vítima de uma notícia falsa postada por uma rede social na ocasião.
O post viralizou e no dia 5 de maio daquele ano ela foi confundida como uma suposta sequestradora de crianças para rituais de magia negra.
Na ocasião, ela carregava apenas uma Bíblia, pois estava a caminho da igreja.
No caminho, populares começaram a agredi-la.
Acabou amarrada e jogada no chão por dezenas de pessoas.
Ela chegou a ir ao hospital em Guarujá, mas não resistiu aos ferimentos.
Morreu dois dias depois.
Deixou duas filhas pequenas: Yasmin, na época com 13 anos (hoje, com 21), e Ester, com apenas um ano na ocasião.
Hoje, Yasmim tem uma filha e gravou um depoimento em vídeo ao Governo Federal onde relata esta tragédia pessoal.
“Minha família foi destruída”, diz a jovem no vídeo.
Outros temas
No programa, ele também falou sobre jornalismo, direito (ele é advogado), STF, fake news entre outros temas.
Além de vinhos, é claro, sua paixão.