Um jornal popular, divertido e combativo é o tema do livro “Cidade de Santos – um jornal santista até no nome”, que será lançado no dia 15 de setembro, às 14h, no restaurante Lyon, no Centro Histórico.
Escrita pelo jornalista Marco Santana, a obra tem prefácio do jornalista e escritor Fernando Morais e foto de capa do fotógrafo Araquém Alcântara.
O “Cidade de Santos” foi um diário que circulou na Baixada Santista entre 1 de julho de 1967 e 15 de setembro de 1987, publicando reportagens em defesa dos direitos dos mais pobres, dos consumidores, trabalhadores e, principalmente, da democracia. A sua principal bandeira foi a defesa da retomada da autonomia política de Santos, pois, na época, em plena ditadura, o eleitor santista perdeu o direito de escolher o próprio prefeito.
Crítico e irreverente, o jornal publicava matérias sobre os mais variados assuntos, em linguagem clara e informações precisas. Era uma época romântica, em que jornalistas datilografavam os textos em máquinas de escrever e iam atrás da notícia onde ela estivesse. “Era jornalismo-raiz, muito antes de existir internet”, destaca o autor.
A obra narra o processo de criação do jornal, recorda coberturas marcantes e destaca episódios tão divertidos e inusitados que são descritos em formato de História em Quadrinhos.
O livro também traz depoimentos dos jornalistas que atuaram no Cidade de Santos e oferece um brinde ao leitor: ao final de cada página com um relato, há um QR-Code que direciona ao vídeo no Youtube com o depoimento do jornalista.
Apoio fundamental
O livro “Cidade de Santos – um jornal santista até no nome” foi viabilizado graças ao Promicult, programa de incentivo à cultura da Prefeitura de Santos. A obra tem o patrocínio da DP World.
“A Lei Alcides Mesquita é um instrumento poderosíssimo para viabilizar projetos culturais, nas mais variadas áreas. E eu agradeço muito à DP World pelo apoio a este e outros projetos. É uma empresa que cumpre, na prática, a sua responsabilidade social e estreita, de fato, a relação Porto-Cidade”, afirma o autor da obra, Marco Santana.
Realismo fantástico
Santana ressalta que a rotina do “Cidade de Santos” se assemelha muito a uma obra de realismo fantástico. “Há episódios hilários que parecem ficção. Os entrevistados se divertiram ao recordá-los e, certamente, o leitor também vai rir bastante”, destaca.
O clima descontraído da Redação não significava falta de seriedade dos profissionais na abordagem de temas delicados. Entre as coberturas marcantes do “Cidade”, destacam-se o incêndio na Vila Socó, denúncias de esquemas de corrupção e até uma antológica entrevista com um político muito conhecido, na qual o repórter pergunta a ele o que achava de seu nome ter virado sinônimo de “o que há de pior na política”.
No bolso do trabalhador
O Cidade de Santos era muito lido pela classe trabalhadora, principalmente os portuários. Tornou-se o símbolo do jornal a imagem de um estivador com um exemplar dobrado, no bolso de trás da calça.
É justamente esta a imagem da capa, produzida pelo consagrado fotógrafo Araquém Alcântara, que trabalhou no “Cidade”, mas como repórter de texto.
Escola de jornalistas
O “Cidade” é considerado como uma verdadeira escola de jornalismo, já que muitos profissionais iniciaram sua trajetória na Redação situada no prédio localizado na esquina das ruas XV de Novembro e Comércio, no Centro Histórico de Santos.
Estudantes e recém-formados conviviam com experientes jornalistas e, juntos, preparavam matérias, literalmente, em defesa dos fracos e oprimidos.
Dono de jornal e prefeito
A obra também lembra as particularidades do empresário Carlos Caldeira Filho, proprietário do “Cidade de Santos”, um homem extremamente inteligente mas também muito excêntrico. Além de lembrar episódios interessantes, o livro destaca o período em que Caldeira era, ao mesmo tempo, dono de jornal e prefeito de Santos – um dos motivos que contribuíram para o fim das atividades do Cidade de Santos.
Histórias em Quadrinhos
Alguns episódios ocorridos no Cidade de Santos são tão inusitados que o autor decidiu relatá-los em forma de História em Quadrinhos. “Descrever em formato de texto não retrataria o quanto essas histórias são engraçadas. Assim, pedi para o cartunista André Albino, o Babu, desenhar estes episódios”, explica Santana.
Prédio histórico
No final da obra, o leitor encontra também outro desenho: um pôster de página quádrupla feito pelo artista gráfico Seri, retratando exatamente como era a Redação do Cidade de Santos.
O lançamento do livro acontece dia 15 de setembro, no Restaurante Lyon – e não por acaso. O consagrado restaurante comandado com muito talento pelo chef Hélio está localizado no edifício onde funcionou o Cidade de Santos.
Sobre o autor:
Marco Santana é jornalista desde 1991. Formado pela Faculdade de Comunicação (Facos) da UniSantos em 1994, cursou Ciências Sociais na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). Trabalhou em jornais como Folha de S. Paulo, Folha da Tarde, Notícias Populares, Diário Popular e Jornal da Orla (onde atuou como editor durante 20 anos). Foi professor dos cursos de Jornalismo da Unimonte e Unaerp/Guarujá. Atualmente é editor do portal Marco Zero e do canal de mesmo nome no Youtube, e comentarista do programa Ponto de Vista, na Santa Cecília TV (TV Educativa de Santos).
Lançamento:
Cidade de Santos – um jornal Santista até no nome
Dia e horário: 15 de setembro (domingo), a partir das 14 horas.
Local: Restaurante Lyon: Rua do Comércio, 32 (esquina com Rua XV de Novembro), Centro, Santos.
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