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02 DE SETEMBRO DE 2008

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Meio século de tradição

Década de 50, início da Bossa Nova. O lançamento do álbum Canção do Amor Demais, com Elizabeth Cardoso, interpretando Chega de Saudades, marcava essa nova fase. Nesse LP, o violinista baiano João Gilberto surpreenderia a todos com uma nova batida de violão para a música de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Também no mesmo […]

Por: Da Redação

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Década de 50, início da Bossa Nova. O lançamento do álbum Canção do Amor Demais, com Elizabeth Cardoso, interpretando Chega de Saudades, marcava essa nova fase. Nesse LP, o violinista baiano João Gilberto surpreenderia a todos com uma nova batida de violão para a música de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.


Também no mesmo ano, em 1958, surgia uma das mais tradicionais orquestras de Santos. Ela embalaria os grandes bailes dançantes da Cidade, resistiria ao tempo e se adaptaria às mudanças musicais.


História


1958. A banda Hamleto e Seus Companheiros, composta por 16 músicos, enfrentava algumas mudanças. O clarinetista e saxofonista do grupo, Oscar Guzella, assumiria a direção musical e batizaria a banda com seu próprio nome: Orquestra Oscar Guzella. Era o início de uma nova história, que duraria até os dias de hoje.


O Teatro do Coliseu foi palco das primeiras apresentações. Lá, os bailes da Orquestra, realizados pelo Santos Futebol Clube e Esporte Clube Nacional, aconteciam todas às sextas, sábados e domingos.


Com o fechamento do Coliseu, a Sociedade Humanitária do Comércio se tornou o novo palco dos músicos. As noites dançantes promovidas pelo Independente Futebol Clube e Esporte Clube Senador Feijó marcaram a história da Orquestra. “Lembro-me das famílias que freqüentavam os bailes, da união que hoje é rara”, relembra o saxofonista Serafim Maia. Hoje, com 81 anos, ele continua tocando no grupo.


Mas foi no Baile do Atlântico que a Orquestra viveu seus grandes momentos. Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto, Jamelão, Moacyr Franco, Francisco Petrônio e Ângela Maria foram alguns dos nomes que embalaram as noites dançantes, que aconteciam de segunda à segunda. Os cantores, que vinham sem as bandas, eram acompanhados pela Orquestra.


Esses bailes aconteciam na Casa de Show Atlântico, localizada à época na Avenida Ana Costa,554, no Gonzaga. O local já abrigou outras casas noturnas como Lofty e Millenium e hoje está desocupado.


“Quando vejo aquelas portas pretas, lembro da iluminação que havia lá e todo glamour dos bailes”, conta João Carlos Guzella, o Guzellinha, que mantém a tradição do grupo. Filho de Oscar Guzella, ele entrou na banda aos 17 anos como baterista. Hoje, é o diretor musical da Orquestra.


“Um dos momentos mais marcantes para mim foi abrir a apresentação da orquestra americana Billy Vaught, na década de 70″, relembra. “Outro momento especial foi trazer a orquestra Tabajara, com o maestro Severino Araújo, um dos mais conceituados no País”, acrescenta o músico.


Comemoração


Apesar das muitas histórias para contar, a Orquestra não parou no tempo. Hoje, as apresentações são para todos os gostos musicais.”Tocamos sons de grandes bandas como Frank Sinatra, Beatles e Rolling Stones e também sucessos atuais como Jota Quest, Skank e Marcelo D2″, diz Guzellinha.


O grupo toca nas cidades da região e também no interior de São Paulo. O Festival Regional da Velha Guarda, em Limeira, é um exemplo.


Há 20 anos a Orquestra representa a Cidade no evento.”Ver a Orquestra ativa depois de 50 anos é uma alegria”, diz o saxofonista Maia. “É bom ver que mantemos a nossa tradição e que a banda ainda é procurada pelas pessoas”, acrescenta.


Há dois meses, a Orquestra se apresenta aos domingos, das 15h às 20h, no Clube de Regatas Vasco da Gama, na Ponta da Praia. Os bailes também acontecem, uma vez por mês, no clube Saldanha da Gama.


“Muitos casais que participavam dos bailes há 40 anos, hoje levam seus filhos e alguns levam os netos”, diz Guzellinha.


Aos que não vivenciaram a época dos grande bailes dançantes, talvez essa seja uma boa oportunidade de relembrar um pouco os sucessos daquela época.

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