Atentado em Brasília exibe impactos e desafios para o novo governo | Boqnews
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Nacional

13 DE JANEIRO DE 2023

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Atentado em Brasília exibe impactos e desafios para o novo governo

Prejuízos materiais e ataque à democracia promovidos pelos manifestantes prejudicaram a imagem do País no exterior

Por: Vinícius Dantas
Da Redação

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Mesas destruídas no Salão Nobre do Supremo Tribunal Federal (STF). Quadro “As Mulatas” de Di Cavalcanti, no Palácio do Planalto rasgado em sete lugares diferentes. Escultura “Justiça” em frente ao prédio do STF foi pichada. E o plenário do Supremo depredado com cadeiras lançadas.

Para se ter noção, esse foi o cenário de destruição no ato terrorista do último domingo (8).

No entanto, segundo nota à imprensa, a Polícia Federal qualificou, interrogou e prendeu 1.159 pessoas.

Todavia, uma questão que fica: quem financiou tudo isso?

De acordo com informações da Agência Brasil, no dia seguinte, o presidente Lula agradeceu pela solidariedade e criticou os grupos de vândalos.

“O que nós vimos ontem foi uma coisa que já estava prevista. Isso tinha sido anunciado a algum tempo atrás. As pessoas não tinham pautas de reivindicação. Eles estavam reivindicando golpe, era a única coisa que se ouvia falar”, disse o presidente.

Ele também voltou a criticar a ação das forças policiais e afirmou que é preciso apurar e encontrar os financiadores dos atos.

“A polícia de Brasília negligenciou. A inteligência de Brasília negligenciou. É fácil a gente ver os policiais conversando com os invasores. Não vamos ser autoritários com ninguém, mas não seremos mornos com ninguém. Nós vamos encontrar quem financiou”.

Envolvidos

Conforme apurações da Agência Brasil, a Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou o bloqueio de bens no valor de R$ 6.539.100 de 52 pessoas físicas. Além disso, de sete jurídicas envolvidas nos atos antidemocráticos. O pedido foi aceito pelo juiz federal Francisco Alexandre Ribeiro.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que as investigações devem ocasionar em novos pedidos de prisão preventiva.

Além de temporária, envolvendo os financiadores.

Baixada Santista

Contudo, voltando em outubro de 2022, os manifestantes pró-Bolsonaro encontravam-se acampando na frente de alguns quartéis protestando contra o resultado das urnas. Na região, casos de São Vicente, Praia Grande, Santos e Guarujá.

 

Impactos e desafios

A arqueóloga Cristiane Amarante, comentou sobre os impactos das obras e do cenário em Brasília.

“É imoral não saber perder, são brasileiros destruindo o próprio patrimônio e acredito que haverá a turma do deixa disso com a própria movimentação na internet para pacificar. O Brasil inteiro vai passar por uma reacomodação e para reconstruir fisicamente o que foi destruído, vai ser dos desafios menores do PT, porque a questão toda está no que moralmente e em termos de crença, do que essas pessoas acreditam como vida, vai ser complicado de lidar.”

Portanto, ela enfatiza que o maior desafio para o governo do PT são a intolerância e os preconceitos.

Além disso, um desafio para a sociedade brasileira como um todo também.

Dessa maneira, Rafael Moreira, doutor e mestre em Ciência Política também comentou que o impacto é gigantesco.

Pois, muita das vezes as pessoas não sabem ou ignoram, mas Brasília é patrimônio material da humanidade reconhecido pela Unesco.

“Quando se destrói um patrimônio material da humanidade, não apenas o país que perde, a humanidade como um todo, que perde, mas a perda é muito grande para quem é brasileiro. Ali está parte da nossa identidade nacional, parte daquilo que nos torna semelhante, o que nos torna brasileiro de certa forma.

Obra de Di Cavalcanti, presentes que foram dados por delegações estrangeiras para a gente, em reconhecimento ao papel que o Brasil cumpriu em determinado momento da história, os danos são gigantescos” apontou.

Concluindo, ele diz que o prejuízo não é apenas para quem é brasileiro, mas para toda humanidade.

 

Adversidades

Após o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ruptura foi gritante para a transição política, segundo Cristiane. “Enfrentar as adversidades de uma forma geral vai ser bastante desafiador”.

No entanto, ainda aponta que trabalhou na gestão pública e quando há rupturas políticas, não é possível utilizar aquela frase clichê “agora vamos voltar e fazer tudo igual fazíamos antes”.

As pessoas e assim como as situações já mudaram, portanto, essa segunda retomada do PT ao governo vai representar um recomeço, fazer tudo de novo, pois houve um desmonte nos últimos 4 anos, segundo ela.

Com isso, muitas políticas deixaram de existir. Por exemplo, na área da ciência em que Cristiane trabalha, programas se romperam, departamentos fechados e pesquisas de anos deixaram de existir. O reflexo disso foi a recolocação de pessoas em outras áreas. Cristiane alerta para o questionamento que fica que é: “Como vai ser esse planejamento, inclusive na parte financeira, em relação ao que vai ser feito nos próximos anos?”

Já para Moreira, é necessário de maneira republicana e democrática, promover canal de diálogo, com representantes dos outros poderes, como Judiciário, Legislativo e também com as forças de segurança para tentar entender o papel que cada cumpriu ou deixou de cumprir.

“Responsabilizar os que participaram, uma das principais formas que o governo tem de lidar com tudo que aconteceu, dar uma resposta para a sociedade, esse é um sinal que a gente dá não só para a população brasileira, mas mundo a fora”. diz.

 

Novo Governo

Sobre o novo governo, ele destaca que com o acontecimento dos atos, foram esquecidas as principais pautas nacionais para os debates.

“As milhões de pessoas passando fome, afetadas pela pandemia, aquelas que perderam parte de suas famílias, a maioria dos pais que tem seus filhos matriculados nas escolas, que tiveram muita dificuldade de se manter durante pandemia, são alguns exemplos”, acrescenta.

Dessa forma, ele é categórico. “Temos que deixar de lado o debate dessas questões para ter que lidar com essa destruição. Espera-se que o governo lide com elas, a partir que esse momento de crise for superado”

Os dois mandatos anteriores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exibiram índices bons de investimento em infraestrutura básica e crescimento econômico. Exemplos foram a expansão do Bolsa Família. Porém um ponto preocupante é que ficou marcado pelo escândalo do Mensalão, que pagava deputados para aprovar pautas governistas.

Contudo, o plano do atual governo prioriza o combate à pobreza e a fome, a queda da inflação e o fortalecimento das estatais. Ademais, também busca fortalecer os programas sociais como o Sistema Único de Assistência Social (Suas) e o Bolsa Família, que voltou ao mesmo nome.

Cenário internacional

Sobre o cenário internacional, um dos planos de Lula é o desejo de “recuperar a política externa ativa e altiva que nos alçou à condição de protagonista global”.

Assim também, como fortalecer as relações com os países vizinhos. Essa ideia parte da teoria de que o país perdeu o protagonismo e tradição de cooperação em termos de política externa, com base nos quatro anos de Bolsonaro.

No tocante ao meio ambiente, houve forte relevância nos discursos de Lula. O presidente eleito revelou que o Brasil “está pronto para retomar o protagonismo na luta contra a crise climática”.

Sobre a área da saúde, os principais desafios são a vacinação de crianças e um ministério que passou por muitas alterações durante o comando da pasta anterior.

Tratando da economia, destaque para taxa de juros alta, desaceleração, inflação ainda elevada e uma produtividade que não cresce há cerca de dez anos. Esses são fatores que o novo governo tem como desafios.

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