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23 DE OUTUBRO DE 2017

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Consumo precoce de bebidas alcoólicas é fator preocupante

A facilidade no acesso ao consumo de bebidas alcoólicas traz transtornos que podem ser fatais se ingeridas de forma contínua

Por: Da Redação

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Habitualmente as bebidas alcoólicas são consumidas em ocasiões celebrativas. Brinda-se pelo nascimento de um filho, pela promoção no emprego ou qualquer outra realização pessoal. Porém, o que era para ser uma ocasião especial, quando envolve a ausência de responsabilidade e excesso na ingestão pode-se tornar um momento extremamente trágico.

Em síntese, o álcool atua como um depressor do Sistema Nervoso Central e é por este motivo que o equilíbrio, a visão e senso de direção (essenciais no controle de um veículo, por exemplo) são altamente afetados. O exagero pode levar o indivíduo ao coma alcoólico e à morte.

Um levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2014 revela que o consumo excessivo de álcool no mundo é responsável por 2,5 milhões de mortes a cada ano, sendo mais letal do que a Aids e a tuberculose.

“Não necessariamente no sentido da overdose, mas no envolvimento em acidentes”, salienta a professora do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Zila Sanchez.

Por se tratar de um produto vendido em padarias, supermercados, bares e outros estabelecimentos comerciais de fácil acesso às crianças e adolescentes, órgãos de saúde preocupam-se com o uso precoce.

Desenvolvido neste ano, o Manual de Orientação Bebidas alcoólicas são prejudiciais à saúde da criança e do adolescente, realizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, aponta que o álcool é a droga legal mais utilizada por adolescentes no mundo.

“São múltiplos fatores que influenciam o consumo de álcool entre os jovens, principalmente porque vivemos em um País no qual a legislação é frágil, mas também porque existe todo um glamour sobre a bebida”, afirma Zila.

O que diz a lei

Em 2015, a ex-presidente Dilma Rousseff sancionou a lei 13.106/15 que criminaliza a venda e o fornecimento de bebida alcoólica para crianças e adolescentes que prevê detenção de 2 a 4 anos e multa de R$ 3 mil a R$ 10 mil.

No entanto, uma pesquisa realizada pela Prefeitura de Santos em parceria com a Unifesp em 2016 mostra que menores de idade têm fácil acesso à compra e consumo em estabelecimentos da Cidade.
Do total, 55% dos estabelecimentos testados venderam o produto sem antes consultar documento que comprovasse a maioridade.

Possíveis mudanças

Na terça (24) e quarta (25), o Coalizão Antidrogas do Brasil levará ao Congresso Nacional e à Secretaria Nacional sobre Drogas (Senad), o Movimento Nacional de Prevenção à Saúde e à Vida, que tem como intuito proibir o consumo de bebidas alcoólicas ao ar livre no Brasil.

Para o integrante da Coalizão Antidrogas de Santos e presidente da Capep-Saúde, Eustázio Pereira Filho, este é o melhor caminho para diminuir a mortalidade e o contato de jovens com o álcool.

“O melhor exemplo no Brasil foi quanto ao tabagismo. A implantação de políticas públicas reduziu o número de fumantes de 35% nos anos 80 para 16%, segundo apontam estudos. Espero que consigamos sensibilizar as autoridades com condições de operarem as mudanças necessárias. Levaremos para Brasília as legislações de cidades do Canadá, dos Estados Unidos e do Chile, que proíbem o uso em público de bebidas alcoólicas.”, enfatiza.

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