Neste ritmo, vacinação será concluída no 2º semestre de 2022, diz ex-ministro | Boqnews

Entrevista

22 DE FEVEREIRO DE 2021

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Neste ritmo, vacinação será concluída no 2º semestre de 2022, diz ex-ministro

Pelos cálculos do Ministério da Saúde, menos da metade das vacinas necessárias para atender a população estariam disponíveis até o segundo semestre.

Por: Fernando De Maria

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O ritmo de vacinação contra a Covid-19 no Brasil não é animador.

O País necessita cerca de 450 milhões de doses para atender a população. São necessárias duas doses nas vacinas já aplicadas no País.

Até agora, apenas 3% da população já foi vacinada, boa parte delas apenas com uma dose.

No entanto, o próprio Ministério da Saúde admite, conforme planilha divulgada na última sexta-feira durante reunião entre o ministro Eduardo Pazuello com governadores, que a quantidade de vacinas disponibilizadas atenderão apenas a metade da população até dezembro.

“Se não for feito um freio de arrumação, só atingiremos a meta de vacinação contra a Covid-19 no Brasil apenas no segundo semestre de 2022”, alerta o ex-ministro da Saúde (2013/14 – governo Dilma Rousseff), médico sanitarista e professor universitário, Arthur Chioro.

Conforme a planilha do ministério, o governo prevê adquirir 449 milhões 950 mil doses.

Para os resultados surtirem o efeito rebanho, 70% da população deverá estar vacinada.

Na prática, porém, menos da metade (211.450) tem previsão de entrega até 31 de agosto, via FioCruz -AstraZeneca-Oxford e Instituto Butantan (Sinovac).

O restante depende de intenção de compra futura, ou seja, sem a certeza de aquisição: 110 milhões da AstraZeneca/Oxford, 30 milhões da Sinovac, 42,5 milhões do Covax Facility (AstraZeneca, da OPAS), além de outras 30 milhões da Sputik V e Bharat Biotech, e outros 30 milhões da Moderna.

Além de eventuais tratativas – não confirmadas – da compra de 59.285.070 doses da Pfizer/BionTech e Janssen Pharmaceutico, com 21.100.000.

No entanto, todas estas sem perspectivas de compra.

A expectativa é que 2 milhões de doses estejam disponíveis até quinta (25) da Sinovac e outras 950 mil doses até a próxima semana.

Quase 6 milhões já foram aplicadas no Brasil

 

Situação preocupante

Chioro participou do programa Jornal Enfoque – Manhã de Notícias nesta segunda (22), onde alertou sobre o atual cenário e preocupação com a situação.

Como reflexo, o total de mortes pela doença permanecerá elevado, ainda mais com o avanço das novas cepas pelo País.

A despeito de responder por 2,7% das mortes no mundo, o Brasil detém 10% dos óbitos por covid-19.

“O total de mortes pela doença equivale a 35 aviões lotados caindo semanalmente no País, sem qualquer sobrevivente”, lamenta.

Chioro analisa diversos pontos que contribuem para este cenário, como a desestruturação do Mais Médicos, baixo volume de testes, e o fato das pessoas negligenciarem as medidas de isolamento social e uso de máscaras.

“Além da incapacidade do Ministério da Saúde e da postura genocida do presidente da República, que colocou o Brasil no fim da fila para a obtenção de vacinas”, enfatiza.

 

Redução de verbas

O ex-ministro enumera outros problemas que resultaram no atual cenário, em especial, a emenda 29, que congelou os gastos públicos, inclusive na área da saúde.

“Em menos de 3 anos, o SUS perdeu R$ 21,5 bilhões”, assinalou.

A redução de verbas explica o fim ou desmanche de programas, como o Mais Médicos, desestruturação de laboratórios, da assistência farmacêutica e da redução de leitos SUS.

“Além disso, houve um desmonte das excelentes equipes técnicas montadas desde o ministro Adib Jatene, no governo Fernando Henrique Cardoso”, salientou Chioro.

“A política vem destruindo a condução técnica do Ministério da Saúde”, lamenta.

Na entrevista, ele também criticou os critérios adotados pelo Ministério da Saúde no Plano Nacional de Imunização, como a priorização de vacinação dos profissionais da área da saúde que não estão no combate ao Covid em detrimento a pessoas dos grupos de risco.

“Como explicar que um jovem professor de Educação Física já foi vacinado enquanto alguém com doença renal crônica ainda não recebeu a vacina”, enfatiza.

Confira a entrevista

 

 

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