
A retomada das relações entre EUA e Cuba é vista como o maior legado de política externa que Obama deixará em sua Presidência
Cuba e EUA anunciaram nesta quarta-feira (1º) que deverão reabrir em 20 de julho as embaixadas em Washington e Havana, em mais um passo na retomada de relações entre os dois países.
Em pronunciamento na Casa Branca, o presidente americano, Barack Obama, afirmou que a medida é um “passo histórico” e mais uma demonstração de que os EUA não têm de ficar aprisionados ao passado.
O líder americano também anunciou que o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, viajará a Havana para hastear a bandeira americana na embaixada.
Segundo Obama, a reabertura completa da embaixada em Havana significa que os diplomatas dos EUA poderão lidar diretamente com autoridades cubanas, com líderes da sociedade civil e cubanos comuns.
Em seu pronunciamento, o presidente americano também pediu que o Congresso levante o embargo a Cuba.
As representações americana na ilha e cubana em Washington estão fechadas desde 1961. A reabertura era esperada desde dezembro, quando o descongelamento das relações foi oficializado por Obama e o ditador Raúl Castro.
O anúncio foi feito inicialmente em nota do Ministério das Relações Exteriores de Cuba.
Pouco antes do comunicado cubano, o chefe da seção de negócios americano em Cuba, Jeffrey DeLaurentis, entregou o pedido formal a Marcelino Medina, ministro interino das Relações Exteriores cubano.
A expectativa é que o prédio que hoje abriga a seção de negócios americana seja aberto como embaixada em evento com a participação do secretário de Estado, John Kerry. Ele será responsável por hastear a bandeira no local.
Ao mesmo tempo, Cuba faz reformas a casa onde fica sua seção de negócios em Washington. O local teve sua cerca pintada e ganhou um mastro onde deverá ser hasteada a bandeira.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro comemorou a decisão e a considera o passo mais importante na normalização das relações entre os dois países.
“O governo brasileiro cumprimenta os governos de Cuba e dos EUA […] e por essa histórica decisão, que representa a superação de animosidades anacrônicas e traz efeitos potencialmente positivos para todo o continente americano”.