O esforço fiscal do governo demorará pelo menos dois anos, afirmou nesta segunda-feira (01) o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.
Para equilibrar as contas públicas, o governo federal iniciou este ano uma agenda de austeridade, com o aumento de impostos e o corte de orçamento.
Nas contas do governo, as medidas permitirão que a União, os Estados e os municípios economizarem 1,1% do PIB [Produto Interno Bruto] este ano para o pagamento dos juros da dívida, o chamado superavit primário. No cálculo, não está incluído o resultado das estatais.
Em 2016 e em 2017, diante das medidas de austeridade propostas este ano, o governo acredita que será possível economizar 2%, afirmou Barbosa.
Segundo o ministro, que falou a economistas em palestra na FGV em São Paulo, o processo de ajuste fiscal será mais lento do que o proposto pelo governo no final do ano passado, mas será “substancial”.
Barbosa afirmou que todos os países vêm se dedicando a medidas de esforço fiscal como forma de recuperação econômica após a crise financeira de 2008 e 2009. Segundo ele, alguns estão fazendo de forma gradual como os Estados Unidos e o Reino Unido.
“[No Brasil] é mais rápido, porque a taxa de juros que incide sobre a dívida líquida em termos reais é muito alta, por isso, precisamos de um esforço fiscal mais rápido”, afirmou.
O ministro disse que o crescimento real de arrecadação este ano, previso no orçamento do governo, será possível com o aumento de impostos já anunciado, a revisão das desonerações da folha de pagamento e a tributação resultante de operações no mercado de capitais.
“A operação da Cielo com o Banco do Brasil gerou quase R$ 5 bilhões de arrecadação para o Estado em fevereiro. A abertura de capital já anunciada da Caixa Seguradora pode gerar arrecadação”, afirmou.