Com a greve dos caminhoneiros, que entrou hoje (28) no oitavo dia, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) estima que o país perdeu pelo menos US$ 1 bilhão com exportações que não foram realizadas.
Teoricamente, não há queda em termos de vendas em razão da greve.
No entanto, adia-se o prazo de entrega das mercadorias que não estão chegando nos portos para serem embarcadas.
“Estimo nas commodities, com base mensal, 3% de perda, o que representaria entre US$ 500 milhões e US$ 600 milhões”, disse o presidente da AEB, José Augusto de Castro.
Nos manufaturados, a perda poderá ser de aproximadamente 5%.
“Você deixa de entregar no prazo efetivo e acaba tendo que cancelar a operação. Você teria ali, pelo menos, mais US$ 500 milhões de perda”, acrescentou.
Rodovias
Ele lembrou que 43% das exportações para a Argentina, por exemplo, são levadas por rodovias.
Além da paralisação dos caminhoneiros, Castro afirmou que outros fatores podem afetar também o resultado da balança.
No mercado interno, o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB), soma dos bens e serviços produzidos no país é um deles.
A expectativa era que o PIB cresceria 3,5%, o que impulsionaria as importações.
“Agora, nós estamos falando de um aumento do PIB de 2,3%, 2,4%. São altos e baixos”.
A projeção da AEB para a balança comercial em 2018 é que as exportações somem US$ 218,966 bilhões, alta de 1,1%.
Enquanto as importações cheguem a US$ 168,625 bilhões, acréscimo de 11,7%.
O saldo deve ser negativo de 23,1% em comparação ao resultado no ano passado, que somou US$ 50,341 bilhões.