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28 DE NOVEMBRO DE 2008

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Mais negócios na rede

Os serviços de entrega em domicílio – o famoso delivery – cresceram após ganharem notoriedade no ramo de alimentos, a exemplo do disk-pizza. Com o advento da internet, não tardou para que se pudessem encomendar produtos por meio da grande rede, sem sair de casa — o chamado e-commerce. A evolução permitiu que empresas começassem […]

Por: Da Redação

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Os serviços de entrega em domicílio – o famoso delivery – cresceram após ganharem notoriedade no ramo de alimentos, a exemplo do disk-pizza. Com o advento da internet, não tardou para que se pudessem encomendar produtos por meio da grande rede, sem sair de casa — o chamado e-commerce. A evolução permitiu que empresas começassem a ir além das encomendas, propiciando serviços de pronta entrega, ou seja, no ato do “clique”, como para pedir um lanche. E de maneira tímida, apesar do avanço da informática, o mecanismo começa a ser adotado por  estabelecimentos de Santos.

Tal como no sistema de “disk”, o ramo de alimentos é quem dá as primeiras cartas, como se pode se comprovar em outros lugares, onde esse tipo de serviço já ocorre. Em Porto Alegre (RS), por exemplo, o Cyber Café Terra atende pedidos via comunicador instantâneo. Já em Caraguatatuba, há a Pizzaria San Gennaro, pioneira no litoral nessa forma de atendimento.

Em Santos, também é no meio gastronômico que primeiro se identifica essa tecnologia. Caso da doceria Miroane (www.doceriamiroane.com.br), que instituiu a venda via internet há um ano. Segundo a sócia-proprietária Eliane Santana, a iniciativa veio após leituras de reportagens sobre o perfil de clientes que costumavam fazer pedidos por telefone. “Comentava-se da dificuldade de se ir à loja pela distância de um lugar para outro. Com isso, viu-se que o comércio virtual era um bom filão e optamos em investir nisso, ao invés de abrir uma nova loja”.

Victor Martins, proprietário da Confeitaria Grão-Mestre (www.graomestrecafeteria.com.br), e que há, nove meses introduziu o serviço  de pedidos on-line em seu estabelecimento, acredita ainda que a falta de tempo da sociedade é outro motivador, evidenciando o público principal desse tipo de serviço: clientes em horário de trabalho. “Com a correria diária, não dá para ligar ou ir à uma loja. E como a internet está em crescimento e disponível em boa parte das empresas, fazer o pedido por lá é cada vez mais acessível”, diz.

Outro local na Cidade que também promove esse tipo de delivery é a Esquina da Esfiha. Atendendo há sete meses, a responsável pelo departamento de Recursos Humanos, Mary Ellen de Jesus, conta que o sistema vem trazendo bons resultados. Segundo ela, o número de pedidos on-line cresce 20% a cada mês, e já representam aproximadamente 10% da renda mensal da empresa. “Estamos na era da informação e precisamos interagir com o cliente dentro desse ambiente”.

Dificuldades
Que o e-commerce é a tendência do futuro, pela facilidade e pela possibilidade de barateamento de custos, tanto para empresas como para consumidores, não se discute. No entanto, o comércio de bens de consumo diários via internet, como se vê, embora em crescimento, está em nível embrionário.

Para o professor de Marketing e Mídia da ESAMC, Celso Ferri, a pouca presença de empresas adotando o serviço evidencia que a passagem do delivery usual (por telefone ou presencialmente) para a internet vai demorar. “Mesmo em São Paulo, onde alguns locais já iniciaram esse método há mais tempo, ainda não se pode dizer que engrenou. Não se tem esse hábito”, diz.

A idéia é compartilhada por Martins, da Grão-Mestre, que lembra, ainda, de questões relacionadas ao local e à cultura. “Santos é uma cidade composta por muitas pessoas com idade elevada e que não têm o hábito do uso da internet, preferindo ir ao lugar ou resolver tudo por telefone. Além disso, o público não se comove apenas pela foto do produto, precisando conhecê-lo, tocá-lo”, comenta.

Ferri recorda que o e-commerce, antes de se firmar, passou por grande resistência, principalmente pela desconfiança de não se saber com quem estava lidando, e o mesmo ocorre com o delivery on-line. “A diferença é que, no primeiro caso, quem promove serviços assim são grandes organizações. As empresas de comércio diário não possuem os mesmos recursos para azeitar os seus canais, e isso é um empecilho para se introduzir esse dinamismo”, alerta.

O professor lembra também que as pessoas gostam de ouvir a voz do interlocutor com quem se relacionam, o que dá uma maior certeza de que o pedido foi registrado e será atendido. “Na internet, não há esse interlocutor. Então, o sistema de comunicação on-line deve ser perfeito. É preciso que uma ação corresponda a outra imediata. Não é fácil, mas é o que fará o delivery on-line ter chances de emplacar como um bom e lucrativo negócio”, explica.

Recomendações

Por não se saber quem é a pessoa que faz a ligação entre o comprador e o estabelecimento, existem alguns cuidados a serem adotados. Recomenda-se que o cliente atente à confiabilidade das bandeiras de cartões operadas no site, e, em caso de desconhecimento sobre qualquer informação da negociação, buscar telefones de contato, seja com o estabelecimento ou com a empresa responsável pela bandeira.

Mas o principal alerta se refere à credibilidade da loja junto à sua clientela. “É preciso que o consumidor já tenha visitado o lugar antes, conhecido a qualidade dos produtos, estrutura e higiene do local, para saber de onde provém o que ele pediu”, avisa Martins.

Negócio virtual

Márcia Leal também se tornou adepta do delivery on-line, embora seu ramo seja outro: o da locação de vídeos. Proprietária da Hollywood Vídeo, locadora na Vila Belmiro, recentemente fechou o estabelecimento físico, que comandava há 15 anos, e se fixou exclusivamente na internet (www.hollywooddvd.com.br).

A decisão, conta Márcia, veio com a concorrência direta da televisão e da própria rede. “Hoje as pessoas baixam filmes pela internet ou os assistem na TV a cabo. Notei que precisava baratear os custos e manter a clientela, então optei em me mudar totalmente para a internet”, diz.

Nesse primeiro momento, o pensamento é manter contato e comércio com os clientes usuais, ou seja, os moradores da Vila Belmiro e de bairros próximos, como Marapé e Campo Grande. Para tal, trabalha com dois bike-boys, fazendo a entrega como em um disk-pizza, seguindo à risca a linha delivery.

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