Ministro Alexandre de Moraes tira sigilo de áudios sobre uso ilegal da Abin | Boqnews
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

STF e ex-presidente Bolsonaro

15 DE JULHO DE 2024

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Ministro Alexandre de Moraes tira sigilo de áudios sobre uso ilegal da Abin

O áudio foi citado no relatório da investigação chamada de “Abin Paralela”, divulgado na semana passada

Por: Agência Brasil

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo do áudio no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem conversam sobre o uso ilegal da Abin para espionagem.

Ramagem é pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, com aval de Bolsonaro.

Aliás, o ex-presidente pensa em substitui-lo por outro nome na corrida eleitoral.

Segundo as investigações, a conversa foi “possivelmente” gravada por Ramagem e ocorreu em agosto de 2020.

O áudio foi citado no relatório da investigação chamada de “Abin Paralela”, divulgado na semana passada.

Além do áudio, o STF disponibilizou a degravação da conversa feita no processo da Polícia Federal.

A gravação tem 1 hora e oito minutos e estava sob segredo de Justiça.

Segundo a PF, a conversa está relacionada ao uso ilegal da Abin para obter informações sobre inquérito no qual o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) era investigado por “rachadinha” na época como  deputado estadual.

Em 2021, a Justiça anulou a apuração.

Gravação

Durante a reunião gravada, as advogadas de Flávio, Juliana Bierrenbach e Luciana Pires, discutiram formas de obter informações sobre a investigação envolvendo o senador na Receita Federal e no Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).

Na conversa, as advogadas buscaram uma forma de anular a investigação.

Além disso, sugerem que o trabalho ocorresse pelo Serpro.

Juliana Bierrenbach: “Então, o que eu tenho? Eu não tenho uma prova de que foi feito isso com o Flávio”.

Em seguida, Luciana Pires afirma: “A gente quer essa prova”.

Após Juliana sugerir o acionamento do Serpro, Bolsonaro disse que iria falar com Gustavo Canuto, então presidente da Dataprev, empresa pública de dados.

“Eu falo com o Canuto. Agora, isso aí eu falo com o Flávio, então. Qualquer hora do dia amanhã”.

Assim, Ramagem concorda com a fala com do ex-presidente.

“Fala com o Canuto para saber do Serpro, tá”.

Portanto, em seguida, Bolsonaro completa: “Ninguém gosta de tráfico de influência. A gente quer fazer [inaudível]”.

Em outro momento da gravação, Ramagem sugere a busca de “alguma vulnerabilidade” envolvendo os fiscais da Receita que fizeram a investigação contra o parlamentar.

“Porque esse é o caminho correto de averiguar alguma possível vulnerabilidade ali. O que circula realmente é a promiscuidade entre MP e Receita desde o começo”, afirmou.

Receio

Dessa forma, em um trecho do áudio, Bolsonaro e o general Heleno demonstraram preocupação com o vazamento da conversa.

Heleno: “Tem que alertar ele [chefe da Receita], ele tem que manter esse troço fechadíssimo. Pegar de gente de confiança dele”.

Em seguida, Jair Bolsonaro parece desconfiar que está sendo gravado e disse que não queria “favorecer ninguém”.

“Tá certo. E deixar bem claro, a gente nunca sabe se alguém está gravando alguma coisa, que não estamos procurando favorecimento de ninguém”, afirmou.

Defesa

Procurado pela reportagem, advogado do general Augusto Heleno, Matheus Mayer, disse que não vai se manifestar sobre o assunto.

Contatadas, as defesas do ex-presidente Bolsonaro e do senador Flávio Bolsonaro não quiserem se manifestar.

Assim, a Agência Brasil está aberta para incluir o posicionamento dos citados.

 

Com informações Da Redação – Boqnews

 

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