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30 DE ABRIL DE 2009

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Perigo invisível

Investir numa alimentação saudável e balanceada é o principal quesito para ser ter uma boa qualidade de vida. Fonte de vitaminas, as frutas, verduras e legumes precisam estar incluídas no cardápio diário.Além da variedade e sabor, o consumidor também busca a qualidade desses alimentos, que é primordial.A escolha do produto, seja no mercado ou na […]

Por: Da Redação

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Investir numa alimentação saudável e balanceada é o principal quesito para ser ter uma boa qualidade de vida. Fonte de vitaminas, as frutas, verduras e legumes precisam estar incluídas no cardápio diário.Além da variedade e sabor, o consumidor também busca a qualidade desses alimentos, que é primordial.

A escolha do produto, seja no mercado ou na feira é minuciosa, porém, o mais importante pode não ser visível a olho nu. No último dia 15, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, divulgou os dados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos. O estudo revelou que, de 17 culturas analisadas, entre frutas, verduras e legumes, em 1.173 amostras coletadas, 15,29% estavam irregulares quanto aos resíduos em agrotóxicos.

A Anvisa considera o resultado insatisfatório quando o alimento apresenta índices de resíduos agrotóxicos acima dos permitidos ou quando detecta que foram usados venenos proibidos para aquele tipo de cultura. O pimentão foi o alimento que apresentou maior índice de irregularidades, com 64% das amostras contendo resíduos de agrotóxico. O fruto é seguido pelo morango, cenoura e uva, que possuem índices de irregularidades superiores ao patamar de 30%.

“Infelizmente não é possível identificar, a olho nu, se o alimento possui ou não excesso de agrotóxico. A não ser que o mesmo apresente uma aparência grosseira. A boa lavagem do produto antes de ser consumido não garante a retirada total do resíduo”, diz a doutora em Saúde Pública e responsável pela secção de pesticidas residuais do laboratório Adolfo Lutz, Vera Regina Rossi Lemes.

Tipos
Os agrotóxicos agem de duas maneiras distintas. Podem apresentar ação de contato ou sistêmica. A primeira age apenas no exterior do alimento, sendo possível a retirada de boa parte do produto na lavagem. Já a sistêmica atua internamente, na polpa. “Nesses casos, a lavagem é ineficaz, pois o produto está alojado no interior do fruto”, diz a química.
Após o alimento ser disponibilizado à venda a identificação do uso ou não, de pesticidas fica dificultada. Por isso, a importância da fiscalização constante nos locais onde esses produtos são produzidos. “Precisa haver monitoramento e análises de produtos coletados frequentemente”, diz Vera. “A população tem que exigir que esses testes sejam feitos e também acompanhar os resultados divulgados”, complementa.

Efeitos
Os agrotóxicos são responsáveis pela 2a maior causa de intoxicação da população no Brasil, perdendo apenas para as ocorridas por medicação.  Segundo Vera, há uma ingestão diária aceitável, estipulada pela Organização Mundial de Saúde que estabelece os valores referentes à quantidade de ativos (que estejam presentes nos alimentos) adequado para o consumo.

Os possíveis efeitos colaterais podem ser causados no organismo somente se for consumida uma quantidade excessiva do produto durante um longo período de tempo. “Há limites estabelecidos para cada cultura e os problemas só acontecem quando esse limite é ultrapassado. O que não é comum”, afirma a especialista.

Combate
O Brasil é o país que mais consome produtos agroquímicos no mundo. Os agrotóxicos respondem por um mercado que movimentou, no ano passado, R$ 12,7 milhões. As boas práticas agrícolas são essenciais para que a utilização desses artifícios não comprometa o produto e o consumo. Os agrotóxicos precisam estar autorizados pelo Ministério da Saúde e devem ser aplicados de acordo com as normas específicas.
“Cada cultura tem um tempo e uma maneira adequada de utilização do produto. Há um limite de agrotóxico estabelecido para cada alimento”, comenta a doutora. Ultrapassar os limites não é o único problema. Os resultados insatisfatórios das pesquisas também abrangem os agrotóxicos não autorizados para determinados alimentos.

Orgânicos
Investir nos produtos de época, que contém menos resíduos de agrotóxicos (pois necessitam de menos quantidades de pesticidas para serem produzidos) e aqueles certificados, como os orgânicos e com indicação de origem, são as alternativas mais seguras.

Normalmente encontrados em secções específicas de mercados, os orgânicos costumam apresentar um preço mais elevado graças ao seu método de produção, que não utiliza agroquímicos. Além disso, esse tipo de produção incentiva a conservação do solo e da água e reduz a poluição. “O agrotóxico só deve ser utilizado se for realmente necessário”, aponta Vera. “Hoje, temos métodos alternativos, inclusive na produção de frutas, que evitam o uso de pesticidas”, conclui.

Segundo o Instituto Biodinâmico (IBC), um certificador brasileiro reconhecido internacionalmente, a produção orgânica no Brasil cresce 30% ao ano e coloca o país na segunda posição dentre os maiores produtores mundiais de orgânicos. Graças às exigências de países que importam algumas dessas culturas brasileiras, cerca de 75% da produção nacional de orgânicos é exportada.

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