Hoje, 22 de março, é comemorado o Dia Mundial da Água. Um recurso não renovável indispensável à sobrevivência no planeta. Tema de debate entre governos e sociedade. Ela também desperta o interesse e a preocupação do piloto de paramotor e ambientalista Lu Marini.
No alto, com seu paramotor, Marini registra as duras atividades do homem na natureza. Em terra firme, surgem outras descobertas, o contato com novas maneiras de enxergar e compreender o cotidiano. Personagens que, imersos em sua própria cultura, ganham voz para um público mais amplo.
O objetivo foi de fazer um diagnóstico dos recursos hídricos e da natureza em seu entorno. O piloto deu início em 2014 ao projeto que tem como missão sobrevoar as principais bacias hidrográficas do país. “O Projeto Rios é mais do que um grande sonho”, comenta Lu Marini. “Com ele, posso conhecer, desbravar e estar bem próximo às belezas e aos problemas da natureza e, dessa forma, dar a minha contribuição para a sociedade e para um Brasil mais consciente com as causas ambientais e sociais”.
Registo de um carro abandonado nas margens da água Foto: Divulgação
Percurso
De lá para cá, foram mais de oito mil quilômetros sobrevoados, passando pelos rios Tietê, São Francisco, Paranapanema, Araguaia e Rio Doce.
Preocupado com os problemas que vivenciou, ele aproveita o mês de março para alertar e conscientizar a população sobre a situação. A atual realidade do bem mais precioso do planeta. “Os números da ONU são alarmantes e assustadores”, afirma Marini. “Já sobrevoei entre o belo e o devastador, já vi a poluição e a destruição, presenciei a tristeza e o desespero de quem vive do rio. Por isso, minha missão será sempre conscientizar as pessoas sobre a importância da utilização correta dos nossos recursos hídricos e da preservação do meio ambiente. Só assim conseguiremos proteger o ciclo da água e melhorar a qualidade de vida da população”.
Dados recentes divulgados pela ONU (Organização das Nações Unidas) apontam que 1,9 bilhão de indivíduos vivem em áreas que poderão ter escassez severa de água. Até 2050, o número pode chegar a cerca de 3 bilhões.
Com um rico material sobre o Brasil e sua singularidade, o piloto transformou suas expedições em documentários, livros e numa exposição que retrata, por meio de fotos, vídeos e objetos, toda a emoção vivida ao longo do caminho. A grande atração da exposição é um simulador de realidade virtual, que leva o visitante o mais próximo possível da sensação de voar.
“No simulador, o público se coloca no meu lugar. Sobrevoa a poluição, a seca e o desmatamento até chegar a um vilarejo ribeirinho abandonado. Muito da realidade que vivenciei nas minhas expedições. Essa, certamente, é uma experiência inesquecível”, concluiu o piloto.