A luta de ambientalistas contra o embarque de 27 mil novilhos transportados no início de dezembro pelo navio Nada para a Turquia, após 17 anos sem transporte deste tipo de carga pelo Porto de Santos, deu certo.
Os milhares de animais foram embarcados em um navio de 12 andares, considerado o maior voltado para o transporte de animais vivos.
Em ofício encaminhado ontem e assinado pelo diretor de Operações Logísticas da Codesp, Carlos Henrique Poço, ao deputado federal Ricardo Izar (PP), o dirigente assegurou que os embarques deste tipo de cargo pelo cais santista serão suspensos.
Izar é presidente da Frente Parlamentar do Congresso Nacional em Defesa dos Animais.
O caso ganhou repercussão nacional, motivado pela mobilização de diversas ONGs ligadas à causa animal,
Entre elas, Codevida, Ong Dva Marília Moreira, ONG Defesa da Vida Animal, Ong Viva Bicho.
E ainda: Mapan Protetores de Animais, Movimento Amor Sem Fronteiras, Meabs e Vox Vegan.
O assunto também reverberou na Câmara Municipal – liderada pelo vereador Benedito Furtado (PSB) – e na Assembleia Legislativa, via deputado estadual Feliciano Filho (PSC), chegando à Câmara Federal.
No ofício, a dirigente reitera a missão desta companhia.
“O desenvolvimento econômico com responsabilidade socioambiental, não caracterizando sob nenhuma hipótese a nossa intenção de desrespeitar a vida animal”, assegurou o representante da Codesp.
O assunto ganhou destaque nas redes sociais na tarde desta quinta (11).
Transporte
Conforme relatos de pessoas envolvidas, a operação para o transporte deste animais teria sido repleta de requintes de crueldade.
Os bois foram trazidos em 300 caminhões, que percorreram 600 quilômetros de Altinópolis e Sabino, no interior paulista, ao cais santista.
Antes, porém, estes animais viajaram do sul do País até as cidades paulistas.
Lá, eles teriam teriam ficado de quarentena antes do embarque.
O destino dos animais é a Turquia.
Trata-se de um país do Oriente Médio, cuja cultura e religião costuma adquirir animais vivos para abatê-los conforme suas tradições.
Os bois enfrentaram quase 6 mil milhas náuticas até chegarem ao porto de Iskenderun.
Uma distância equivalente a 11 mil quilômetros.
A operação foi feita pela Minerva Foods, líder na exportação de bois vivos.
Na ocasião, ativistas ambientais ligados às ONGs (como o Portal Vista-se Vegano) fizeram manifestações contrárias e gravaram vídeos mostrando o embarque dos animais.
As ações deram certo.