
Candidato ao Senado, deputado tucano defende maior participação de São Paulo no recebimento de verbas da União. Foto: Boqnews TV
Oitavo parlamentar mais votado para o Congresso Federal em 2014 em São Paulo, com 233.806 votos (o equivalente a 1,10% dos votos válidos ao cargo na ocasião), o deputado Ricardo Tripoli quer alçar novos voos.
Ao longo de 34 anos de vida pública, divididos em três mandatos como deputado federal e outros três como estadual, além de ter ocupado a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, entre outras funções públicas, o parlamentar está confiante na conquista por uma das duas vagas que os eleitores escolherão ao Senado em outubro.
Afinal, serão 18 candidatos ao Senado em São Paulo.
O PSDB lançará, além de Tripoli, a também deputada Mara Gabrilli, que na mesma eleição obteve 155.143 votos (0,73% do total dos votos válidos para o cargo).
“É injusto o quanto São Paulo arrecada para o País e quanto recebe de impostos”, destaca o candidato, que esteve em Santos na última quinta (16), onde participou de entrevistas com a imprensa regional.
O deputado federal João Paulo Papa (PSDB) o acompanhou.
Em números, ele exemplifica que no ano passado o maior estado da federação enviou à União R$ 511 bilhões.
Mas recebeu de volta apenas 6,5% deste montante – pouco mais de R$ 33 bilhões.
Autor de diversos projetos e propostas na área ambiental, Tripoli, que foi líder do partido no Congresso, acredita que, sendo eleito, colocará o meio ambiente em pauta no Senado.
Afinal, ele cita como exemplo a discussão do bioma nacional, como o uso dos recursos hídricos, um problema sério que afeta a sociedade brasileira em razão dos constantes períodos de seca, como ocorrido em São Paulo.
Carga Viva
Autor do projeto de lei que proíbe o embarque de carga viva pelos portos brasileiros, ele acredita que seu projeto avance, a despeito do forte lobby do setor do agronegócio, contrário à iniciativa.
Ao mesmo tempo, em Santos, o vereador Benedito Furtado (PSB) chegou a criar uma lei, sancionada pelo prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), que impedia a circulação de caminhões transportando carga viva pelas ruas do Município.
No entanto, semanas depois, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, concedeu liminar pedido por entidades rurais derrubando a medida, entendendo que não cabe ao município questões ligados ao transporte de cargas.
Centrão
Em entrevista à Boqnews TV , Tripoli também não considera que o apoio do Centrão – partidos como PP, PR, PRB, DEM e Solidariedade, que tem integrantes envolvidos com denúncias de corrupção, e apoiam o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, prejudique a imagem do tucano.
“Os partidos do Centrão entenderam que o melhor modelo de gestão é o do Geraldo Alckmin”, destaca.
Além disso, para aprovação de medidas haverá necessidade de ter maioria no Congresso, algo que a base do Centrão irá ajudar na aprovação dos projetos, salienta.
Mas também não se pode desconsiderar o precioso tempo de Rádio e TV no horário eleitoral gratuito que o apoio garantiu a Alckmin, que terá mais da metade do tempo (51%) a partir de 31 de agosto.
Ou seja, a cada bloco diário do horário eleitoral destinado aos presidenciáveis, com 12 minutos e 30 segundos, cerca de 6 minutos e 50 segundos serão destinados à propaganda do tucano
“Quem tem passado, tem condições de construir um futuro”, enfatiza.
“E a sociedade saberá comparar os candidatos”, acrescenta.
Passado
Pré-candidato à Prefeitura de São Paulo em duas ocasiões contra José Serra (em 2012) e João Doria (em 2016) dentro do PSDB (perdeu para ambos), Tripoli destaca que os entreveros ocorridos em 2016 ficaram no passado.
Na ocasião, apoiadores de ambos os candidatos saíram literalmente no tapa, o que provocou acusações de ambos os lados.
Afinal, Doria deixou a prefeitura paulistana 1 ano e 4 meses depois de empossado de olho no Palácio dos Bandeirantes (antes não escondia o interesse na disputa presidencial).
A atitude provocou discussões internas dentro do próprio partido, como as críticas públicas do ex-vice governador tucano Alberto Goldman, que trocou acusações com Doria.
Além disso, Tripoli ressalta que o atual prefeito de São Paulo, Bruno Covas, o apoiou e acabou virando vice de Doria, provando que o partido está coeso em São Paulo.
“Fomos adversários por um momento. Hoje estamos juntos. Ele rumo ao Palácio dos Bandeirantes e eu ao Senado Federal. E ambos apoiando o Geraldo (Alckmin)”, enfatiza Tripoli, que diz estar preparado para esta nova etapa de sua vida pública.
Reformas
Dessa forma, ele também enfatiza que o próximo presidente deverá priorizar as reformas política, tributária e previdenciária.
“Ele chegará ao cargo com o aval de mais de 50 milhões de brasileiros. Assim, terá força para, logo nas primeiras semanas, enviar as propostas de reformas ao Congresso”, enfatiza, apostando que quem terá este papel será o ex-governador paulista, ou seja, o tucano Alckmin.