No momento da gravidez, o corpo da mulher muda: o quadril fica mais largo e os seios começam a ficar fartos. Tudo para desenvolver e receber mais um ser humano. Para tanto, além do acompanhamento médico, é necessário cuidar da alimentação para que a futura mãe e seu filho passem por essa etapa de forma saudável.
De acordo com a nutricionista especializada em Obesidade e emagrecimento da Unifesp, Elza Cristina Silva, uma alimentação especial é essencial, pois a saúde do embrião depende da condição nutricional pré – gestacional da mãe. “Não apenas suas reservas energéticas, mas também quanto às reservas de vitaminas e minerais”, conta.
Desejo
Um fato curioso que ocorre com a gestante é o chamado desejo. De acordo com o nutricionista Fábio Matheus, os desejos alimentares da gestante vêm das alterações hormonais sofridas durante a gravidez. “Os mesmos hormônios que causam os vômitos e enjôos, a prolactina e a progesterona, provocam também a vontade de comer alimentos específicos”, relata. Outro fator que leva ao desejo, segundo ele, é a carência afetiva. “Com a sensibilidade à flor da pele, a mãe pode colocar à prova a atenção do companheiro, solicitando desejos estranhos a fim de que o parceiro se desdobre para atender ao pedido”, conta.
O ideal
A alimentação ideal para a gestante e o bebê deve levar em conta inúmeros aspectos para atingir as necessidades nutricionais da mãe e do feto. “A necessidade energética diária é individualizada, variando de acordo com o peso pré-gravidez e estágio da gestação”, diz Elza.
“Aos alimentos, podemos dar maior ênfase ao ácido fólico, ácido ascórbico, vitaminas B6, A, D, E, K, cálcio, fósforo, ferro, zinco, cobre, sódio, magnésio, flúor e iodo. Para suprir as necessidades, é importante uma alimentação diversificada, incluindo cereais, produtos integrais, oleaginosas, frutas, legumes, verduras, laticínios e carnes nas quantidades recomendadas”, conta.
Riscos
Alguns cuidados com a alimentação devem ser tomados nesta fase. Matheus recomenda a ingestão de peixes e frutos do mar somente se estes forem de excelente procedência, por se tratarem de alimentos extremamente perecíveis.
“A dica é não ingerir os pescados crus e garantir um bom cozimento. Evitar ingerir alguns peixes, como o peixe espada, cação e a cavala, que possuem grandes quantidades de mercúrio”, diz.
Outras dicas são a de cozinhar bem alimentos como carnes, embutidos, ovos, linguiça, salsicha e não ingerir maionese caseira feita com gemas cruas. “Fora de casa, alimentos com maior risco de ter ovos crus com alto potencial de intoxicação são musses, pavês, bolos cobertos e maionese”, conta.
Doenças
Caso a gestante tenha uma alimentação falha, o nutricionista conta que diversas doenças podem ser desenvolvidas ao longo da gestação. “O sobrepeso ou baixo peso da mãe, além do Distúrbio Hipertensivo Específico da Gestação (DHEG), que aparece em 6% das gestações e se apresenta em dois estágios: a pré-eclâmpsia e eclâmpsia, esta última caracterizada por pressão arterial superior a 14/9, perda de proteínas por meio da urina, inchaço, convulsão e coma”, alerta. Outras doenças que podem se desenvolver na gravidez são a diabetes gestacional e a anemia.