Por acaso, você fez esta pergunta ao entrar em uma óptica na hora de escolher os novos óculos? Provavelmente, não. O que poucos sabem é que todas as ópticas devem ter, estabelecido por lei, no mínimo, um profissional qualificado em óptica durante o horário de funcionamento.
A presença deste profissional é tão essencial quanto um farmacêutico em uma farmácia, por exemplo, ou então o registro profissional (CRM) para que o médico possa realizar atendimento. O que, infelizmente, não é realidade em muitas lojas em Santos e região, que possuem o certificado de um profissional, mas não seguem todas as especificações.
“Isto é o que difere uma óptica preocupada com a visão do cliente, de simples butiques que vendem óculos, apenas com foco na questão estética ou o que está na moda”, ressalta o técnico em óptica, Ricardo Gabos Morezetti, sócio-proprietário da Óptica Casa Gabos, fundada em 1921.
De acordo com a lei, o técnico é responsável por acompanhar todo o processo de concepção de um óculos, desde a escolha correta de armação e lentes, até as dioptrias (graus) prescritas. Ainda segundo a lei, de acordo com o técnico e também sócio Paulo Alexandre Gabos Morezetti, é importante ressaltar que médicos oftalmologistas não podem indicar ópticas aos pacientes.
O atendimento personalizado, com acompanhamento de um técnico habilitado traz, portanto, maior segurança à saúde e ao tratamento ocular. “A preocupação deixa de ser apenas estética. Passa a ser de saúde. A escolha por óculos com armações mais estreitas ou mais largas, por exemplo, não depende apenas do formato do rosto ou de gosto, mas também do problema visual que a pessoa apresenta. Tudo deve ser levado em consideração para que a visão da pessoa não seja prejudicada”, diz Ricardo.
Cada problema merece um tipo de lente específica e cada lente um tipo de armação. “Este conjunto é o que faz toda a diferença. Poucos sabem disso, mas a escolha da lente está diretamente ligada ao tipo de armação”, explica Ricardo.
Além disso, de acordo com Paulo Alexandre, durante a escolha também deve-se levar em conta a finalidade para que a pessoa utilize o óculos e a sua rotina.
“Duas pessoas podem apresentar o mesmo problema ocular, mas se um for músico e precisa ler partituras em uma determinada distância, e o outro for advogado, por exemplo, os modelos deverão ser completamente diferentes. São detalhes que não parecem importantes, mas são fundamentais”, ressalta Paulo Alexandre.
Para finalizar, um detalhe importante: a arte do ajuste. “Ninguém é simétrico, por isso que para cada rosto, o mesmo óculos precisa de ajustes diferenciados. A finalização do processo é essencial para que o óculos fique confortável. É a parte mais artesanal do processo. O olhar treinado e um pouco de talento é o que faz a diferença”, explica Ricardo.
Óculos de sol
Essenciais para dias claros, os óculos de sol também merecem atenção especial. É comum ver pessoas comprando este acessório em camelôs ou até mesmo lojas sem profissionais qualificados.
“Porém, caso a pessoa utilize óculos de sol sem a proteção adequada, ele se torna prejudicial à saúde. Os óculos escuros sem qualidade provocam dilatação da pupila e maior absorção ocular dos raios UV. Neste caso, é preferível estar sem óculos escuro. A vista ficará menos prejudicada”, diz.
Ótico-optometrista
A profissão é reconhecida pelo Ministério do Trabalho desde 2002. Segundo o portal do Conselho Regional de Óptica e Optometria (www.croosp.org.br), os profissionais desta área, devidamente formados, são autorizados a fazer exames de vista nas próprias ópticas para identificar problemas como miopia, astigmatismo e hipermetropia, além de receitar óculos e lentes de contato. Além também da orientação técnica e estética do cliente e a adaptação de óculos e de lentes de contato às necessidades do usuário.