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11 DE DEZEMBRO DE 2009

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Difícil diagnóstico

As dores abdominais podem sinalizar vários problemas. Desde um desconforto muscular, até enjoos, infecções e quadros graves. Justamente pelos sintomas, pouco específicos da doença, que a apendicite é difícil de ser diagnosticada. A apêndice é um pequeno órgão linfático, parecido com o dedo de uma luva, localizado no ceco, a primeira porção do intestino grosso.  […]

Por: Da Redação

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As dores abdominais podem sinalizar vários problemas. Desde um desconforto muscular, até enjoos, infecções e quadros graves. Justamente pelos sintomas, pouco específicos da doença, que a apendicite é difícil de ser diagnosticada.

A apêndice é um pequeno órgão linfático, parecido com o dedo de uma luva, localizado no ceco, a primeira porção do intestino grosso.  “Na infância ela tem a função da criação de células de defesa. Na fase adulta ela não tem funcionamento algum”, afirma o cirurgião Alfredo Petty Moutinho.

A inflamação do apêndice, a apendicite, acontece quando essa estrutura é obstruída pela retenção de fragmentos fecais. Segundo o cirurgião, não há prevenção para a doença que, embora mais comum entre 20 e 30 anos, pode-se manifestar em qualquer fase da vida. “Não há predisposição. Há pessoas que nunca vão precisar retirá-la”, acrescenta.

Sintomas
Os sintomas da apendicite são característicos de uma doença infecciosa. Os primeiros sinais são dores musculares e articulares, mal estar e dor de cabeça. A dor abdominal, que surge após os primeiros sintomas, inicia-se de uma maneira mal localizada. “É uma dor difusa e a pessoa não consegue definir o ponto exato. Com o passar das horas a dor se instala na boca do estômago e depois na região abaixo do umbigo, do lado direito”, explica. “O vômito também é um sinal característico da apêndice”, complementa.

De acordo com o cirurgião, a partir do início do mal estar, a evolução dos sintomas acontece, em média, num período de quatro a oito horas.   “Se o paciente não apresentar boa estrutura física e estiver desnutrido esse período pode encurtar”, afirma.

No início da doença a febre é baixa, não superior a  37,5 graus, e com o agravamento dos sintomas, a temperatura aumenta. “No início, o paciente está em boas condições e, em alguns casos, consegue realizar suas atividades normalmente. O aumento da febre significa que o processo de inflamação da apendicite está piorando”, comenta.

O abdômen rígido e inchado é outro sintoma, além da diarreia que pode acompanhar as fases mais avançadas da doença. A medida que o tempo passa, os sintomas também se agravam. A pressão baixa, a desidratação aumenta e o paciente apresenta piora no estado geral.

Diagnóstico
O diagnóstico da doença é clínico, realizado com base no histórico do paciente e na palpação do abdômen. Alguns exames como hemograma, ultrassom, radiografia também podem ser utilizados. “Os exames servem para descartar outras possibilidades  porque a apendicite não é visível por meio de exames”, diz. “Muitas vezes esses exames apresentam resultados satisfatórios o que confunde alguns profissionais”, complementa.

Petty afirma que, nos casos em que o médico não identifica a doença, o paciente é medicado e liberado. Os remédios, por sua vez, mascaram os sintomas e o quadro se agrava.  Segundo ele, como a doença evolui num espaço de tempo curto, ela tem a maior mortalidade nos países de terceiro mundo.

“Existem cerca de 35 doenças que se parecem com a apendicite. As mais comuns nas mulheres, são os cistos no ovário e nos homens a infecção urinária e cólica urinária. O importante é que os profissionais sempre lembrem da possibilidade da apendicite”, diz.

Com o passar das horas e o agravamento dos sintomas o quadro avança para uma apendicite supurada, que é a perfuração da apêndice. Com essa perfuração o peritônio, órgão que reveste os organismos internos do abdômen, fica inflamado. “Infelizmente a apendicite aguda só é diagnosticada nessa fase porque, normalmente, é possível identificá-la por meio de exame”, diz.  “Nos Estados Unidos, por exemplo, eles operam apendicite inicial em praticamente todos os casos”, complementa.

Tratamento
O tratamento da apendicite é cirúrgico. Nos casos iniciais a incisão é pequena, cerca de 3 cm, e o paciente recebe a raquianestesia. Já nos casos mais graves é necessário incisões maiores, com cortes verticais,  e anestesia geral. “A intervenção pode ser feita também por videolaparoscopia, com pequenas incisões nos pontos afetados”, afirma.

Apesar de raro, o cirurgião comenta sobre pesquisas que mostram a cura de pacientes com apendicite após tratamento convencional, com medicamentos.

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