Comemorado em 29 de setembro, o Dia Mundial do Coração tem por objetivo alertar e conscientizar a população sobre a importância de prevenir e diagnosticar precocemente as doenças cardiovasculares.
E, além disso, estimular pessoas a adotarem hábitos mais saudáveis, a fim de preservar a saúde do coração.
Hoje, as patologias associadas ao coração são as principais causas de mortes no mundo, segundo a World Heart Federation (WHF).
Só no Brasil são registradas 34 mortes por hora, 829 óbitos por dia e mais de 302 mil óbitos por ano, de acordo com o último levantamento apresentado pelo Ministério da Saúde.
O país também registra 300 mil infartos por ano, sendo que 80 mil pessoas evoluem para óbito em decorrência desta patologia.
A Baixada Santista, dentre todas as regiões do estado, é a que apresenta maior mortalidade devido ao Infarto Agudo do Miocárdio.
O elevado índice de óbitos esta relacionado a fatores como a falta de uma adequada prevenção cardiovascular, cujos inúmeros fatores de riscos, como por exemplo, a hipertensão arterial, o diabetes mellitus, o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo fazem aumentar as chances de infarto.
Por isso, é fundamental realizar uma avaliação anual com um cardiologista para diagnosticar e controlar estes fatores de riscos e assim diminuir a possibilidade do infarto.
“Nos casos em que os pacientes são acometidos pelo infarto do miocárdio, quanto mais rápido for reestabelecido o fluxo da artéria coronária ocluída (aquela que leva ao infarto), mais rapidamente a circulação coronariana voltará ao normal, levando oxigênio e nutrientes para a área infartada e, com isso, reduzindo o dano ao músculo cardíaco”, explica o médico cardiologista e diretor do Instituto Santista de Hemodinâmica (ISH), Dr. Luiz Cláudio Mendes Carvalho.
Tempo é precioso
Ainda segundo o Dr. Luiz Cláudio Carvalho, outro ponto importante que pode salvar vidas é saber reconhecer de maneira precoce os sintomas do Infarto Agudo do Miocárdio.
“Muitas vezes o indivíduo sente dor no peito, falta de ar ou até mesmo uma dor de estômago e fica aguardando algum tempo até procurar ajuda. Contudo, esta espera pode ser fatal”, ressalta.
Nos pacientes atendidos nas primeiras duas horas, os índices de mortalidade são de 2% a 3%. Por outro lado, pacientes apresentados mais tardiamente com o quadro pode superar os 30%.
Apesar da alta taxa de mortalidade (principalmente devido a falta de prevenção); tempo de reconhecimento dos sintomas pelos pacientes; e, muitas vezes, pela falta de capacitação das equipes que fazem o primeiro atendimento (isso porque a imensa maioria dos serviços de emergência não contam com cardiologistas em suas escalas), o Brasil ainda é uma das maiores referências mundiais no tratamento das doenças coronarianas.
“Tanto em nível nacional como regional temos serviços de excelência que garantem o melhor atendimento aos pacientes que sofrem infarto, com resultados semelhantes aos melhores centros mundiais. A Baixada Santista, por exemplo, não deve nada aos maiores centros quando se trata de atendimento a pacientes agudos, ou seja, que necessitam de intervenções precoces, afinal possuímos laboratórios de hemodinâmica (sala onde se realiza o cateterismo e angioplastia) de ponta e profissionais altamente capacitados para execução destes procedimentos”, endossa Dr. Luiz Cláudio Carvalho.
Agravantes
Os principais fatores de risco estão ligados a hereditariedade; idade; sexo; hipertensão arterial sistêmica; diabetes mellitus; colesterol e triglicérides elevados; tabagismo; obesidade; sedentarismo e estresse.
No entanto, dentre os fatores citados, alguns não podem ser modificados, como a idade, o sexo e a hereditariedade. Mas os demais podem ser modificados e controlados com o acompanhamento de um cardiologista, que atua com recomendações individualizadas para cada perfil de paciente.