Passar por uma crise de enxaqueca é uma das piores sensações que podemos sentir. Dor de cabeça, enjôo, incômodo com luzes, sons e cheiros são alguns dos itens que compõem a enxaqueca. Tudo isso faz com que a pessoa fique mais estressada, de pavio curto.
O médico neurologista e membro da Academia Brasileira de Neurologia Fernando Kowacs explica que, ao contrário do que muitos pensam, a enxaqueca não é uma simples dor de cabeça, mas uma doença geneticamente herdada. “A dor de cabeça é apenas um dos sintomas. As crises são episódicas e podem durar de 4 a 72 horas”.
Existem estímulos do ambiente que podem desencadear as dores: são os chamados gatilhos. Entre os mais comuns estão a privação de sono, ingestão de álcool e período menstrual. Contudo, o especialista alerta que o conhecimento desses gatilhos pode fazer com o que o paciente se iluda e ache que apenas evitando esses fatores precipitantes pode se livrar das dores e consequentemente rechaça um atendimento adequado. “As pessoas tem que entender que enxaqueca não é um sintoma. É uma doença”, esclarece.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é basicamente clínico. Um caso clássico de enxaqueca é caracterizado pela dor de cabeça recorrente apenas de um lado e incapacitante. Além disso, um exame neurológico simples auxilia a identificar o problema.
Por ser uma doença sem cura, o tratamento consiste no uso de medicamentos para controlar as crises. Mais ou menos como a asma. “Existem uma série de remédios que abortam os sintomas rapidamente. Se a intensidade e frequência das dores forem diminuídas, o tratamento é considerado bem sucedido. É difícil extinguir os sintomas por completo”.
Nada impede as pessoas de tomarem os analgésicos comuns comercializados na farmácia para remediar a dor de cabeça. No entanto, Kowacs salienta que isso deve ser feito eventualmente. “Ao passo que as crises constantes podem representar uma enxaqueca. Neste caso, um médico deve ser procurado”.