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17 DE OUTUBRO DE 2014

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Especialistas descartam epidemia de ebola nos países do Ocidente

Apesar de passarmos pelo pior surto de ebola da história, a estrutura dos países mais desenvolvidos garantem a retenção de disseminação do vírus

Por: Da Redação

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Nas últimas semanas, o assunto ebola tem povoado os noticiários mundiais. Isso porque o vírus tem o seu surto mais grave de toda a história. Com ínicio em março passado, a epidemia já atingiu sete países. Já foram registrados 4.655 casos, com 2.431 mortes. O surto mais letal que se tem notícia antes do atual ocorreu em Uganda, na África, no início do século. Naquela ocasião, 425 diagnósticos foram computados.

Em razão do Porto e as relações comerciais com o mundo, na última quinta-feira (16), autoridades portuárias se reuniram com membros do Ministério da Saúde para definir a participação de órgãos da Cidade se algum caso suspeito for identificado em navios que estejam a caminho do porto.

Ebola no Brasil
Até o momento, dois casos suspeitos foram registrados, mas já descartados no País. Ambos no estado do Paraná. O primeiro, um homem vindo da Guiné que passou mal na cidade de Cascavel. E um outro brasileiro que apresentou sintomas que eventualmente poderiam caracterizar a doença em Foz do Iguaçu. Os dois homens já deixaram o período de quarentena.

O médio infectologista, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, professor livre-docente da Universidade Federal de São Paulo (USP) e diretor clínico do Grupo Fleury, Celso Granato afirma que considera pouco provável que aconteça uma epidemia no Brasil.

“Os surtos sempre ocorreram em regiões restritas da África que não possuem uma estrutura adequada para o isolamento da doença. É difícil pensar que grandes centros do ocidente permitam um alastramento do ebola”, reitera.

Em São Paulo, o Hospital Emílio Ribas foi destacado para receber casos suspeitos. O local conta com estrutura adequada, incluindo 17 leitos, equipamentos específicos e 15 equipes treinadas.

Granato explica que a diferença de cultura e estrutura entre as localidades influencia diretamente no combate ao vírus. “Em países mais carentes como Serra Leoa e Libéria, foram feitos alertas para suspensão do consumo de carne de morcego e de limpeza de cadáveres. Coisas que não são do nosso costume. Países africanos com um pouco mais de estrutura conseguem controlar a disseminação com mais eficiência e executar diretrizes apropriadas, como é o caso da Nigéria e Senegal”.

Transmissão do vírus
A transmissão se dá por meio de contato com sangue, saliva e outros fluidos corporais com os infectados (incluindo cadáveres). Objetos de uso pessoal, como agulhas e roupas de cama também transmitem o vírus. Não há contaminação pelo ar.

É sabido que o vírus circula em morcegos frugívoros, que provavelmente são os hospedeiros originais. Isso porque, quase todos os surtos envolveram regiões onde este animais estão presentes.

Granato esclarece que a principal diretriz nos casos do vírus é quebrar a cadeia de transmissão (isolar o paciente), tratar dos sintomas e esperar que o próprio sistema imunológico cure a doença. Portanto, não há cura específica para a causa do ebola.

Por ser um vírus, o ebola tem uma série de variações por conta de suas mutações. A que estampa os jornais atualmente é bem diferente do original, o Ebola Zaire, o mais fatal, com mortalidade de 83%. Ele teve seu primeiro caso em 1976 na República Democrática do Congo (ex- Zaire). Recebeu o nome do rio próximo, ebola.

Segundo ele, o vírus circulante tem 3% de diferença do ebola original em sua composição. “Esse índice é altíssimo quando falamos de genética. Para se ter uma ideia, a diferença do DNA dos humanos para o dos chimpanzés é de 2%”.

Tratamento
Se você já foi ao médico e recebeu o diagnóstico de virose sabe que existe pouco tratamento. Doenças causadas por bactérias, como garganta inflamada podem ser facilmente tratadas com antibióticos. Isso só é possível porque a maioria das bactérias são seres vivos e diferentes o suficiente para que se possa tomar algo que as mate.

Os vírus, no entanto, não são vivos e usam as células para se replicar. Usar um remédio para atacar o vírus é um tiro no pé. Na maioria das viroses, o tratamento reduz os sintomas, como nariz escorrendo ou febre, mas não a causa. Por isso é complicado tratar o ebola.

Vacinas
O especialista esclarece que uma vacina não existe por falta de empenho no passado. Isso porque até recentemente o vírus circulava apenas em locais isolados no interior da África. “Era questionável o desenvolvimento de uma vacina”.

Atualmente, uma empresa britânica aprimora uma dose experimental, que só deve ser comercializada em 2016.

 

 

 

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