Caminhando pelo supermercado, provavelmente você já se deparou com uma embalagem de alimento estampando a seguinte frase: Não contém glúten. Um termo que é familiar a muitas pessoas, que ao mesmo tempo não sabem o que de fato é esse tal de glúten e se ele faz mal ou não.
Ele nada mais é do que a mistura de duas proteínas: glutenina e gliadina, substâncias encontradas em sementes de cereais, como aveia, centeio, trigo, cevada.
A nutricionista Roberta Soriano explica que como toda proteína, o glúten tem a função de construção, reparação e manutenção dos tecidos e músculos do corpo. Mas essa não é a principal incumbência dele. Os cereais fornecem muitos benefícios antes do glúten. “Nos alimentos, ele é responsável pela elasticidade. Por exemplo, as massas de pizza que são feitas com farinha de trigo, que são maleáveis por conta das propriedades dessa proteína”.
Intolerância
Existem pessoas intolerantes ao glúten: os portadores da doença celíaca. Elas não podem consumi-lo, sob o risco de terem prejuízos à saúde.
Roberta explica que isso ocorre por conta de uma atrofia das mucosas do intestino (tecido que absorve os nutrientes dos alimentos ingeridos). Esse processo é desencadeado porque o glúten se prende às mucosas dos celíacos, comprometendo a absorção de nutrientes, que consequentemente não caem na corrente sanguínea e são rejeitados pelo organismo nas fezes.
“Isso faz com que os pacientes tenham inchaço na barriga, diarréia, vômitos e perda de peso”, esclarece Roberta.
Dietas
Segundo a especialista, uma das dietas mais comuns ultimamente é justamente a restrição do glúten para tentar emagrecer. “Só que na verdade, ele não é o vilão nesse caso. Carboidratos e alimentos mais calóricos tendem a ter maior índice de glúten porque contém cereais em sua composição. Quem não é celíaco e quiser emagrecer deve trocar comidas hipercalóricas por frutas e legumes”, afirma.
Ela ressalta ainda que o glúten em si não faz mal para os que não são intolerantes. Há aqueles que preferem a restrição da substância em razão do inchaço abdominal, a famosa barriga de cerveja. Segundo a profissional, a proteína pode ser retirada sem problema algum. No entanto, a troca deve ser inteligente e a alimentação de qualidade precisa ser privilegiada.