“Espero que não ocorra o surgimento de nova variante”, enfatiza Gonzalo Vecina | Boqnews

Covid-19

28 DE OUTUBRO DE 2021

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“Espero que não ocorra o surgimento de nova variante”, enfatiza Gonzalo Vecina

Ex-presidente da Anvisa, Gonzalo Vecina Neto destacou sua preocupação com o risco de surgimento de nova variante na Rússia, novo epicentro da Covid

Por: Fernando De Maria

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O avanço dos casos e mortes da Covid-19 na Rússia e em países do leste europeu preocupa o médico sanitarista e ex-presidente da Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Gonzalo Vecina Neto.

Afinal, esta região do globo caminha para se tornar o novo epicentro da doença.

“Espero que com o prolongamento da exposição do vírus não ocorra o aparecimento de uma nova variante”, explicou o profissional, entrevistado no Jornal Enfoque – Manhã de Notícias desta quinta (28).

Portanto, a preocupação do médico tem lógica.

Afinal, conforme dados da Universidade Johns Hopkins, nos últimos 28 dias, a Rússia registrou 843.201 novos casos com 26.972 mortes.

O país tem 144,1 milhões de habitantes.

Assim, a situação não é muito distante de outros países do Leste Europeu, como a Romênia.

Lá foram 381.194 casos confirmados e 9.150 mortes pela Covid-19 neste período.

Ou seja, são 19,29 milhões de habitantes.

Ou a Ucrânia, com 436.373 casos e 10.086 mortes nas últimas quatro semanas.

A nação tem 44,13 milhões.

Situação também preocupante como nos Estados Unidos, que também registra elevação de casos.

Foram 2.376.965 nos últimos 28 dias, com 45.413 mortes.

Por sua vez, o país tem 329,5 milhões de habitantes.

Médico e ex-presidente da Anvisa, Gonzalo Vecina Neto, pede atenção especial às crianças com eventuais aglomerações, pois elas ainda não foram vacinadas. Foto: Reprodução

Variante Delta

Assim, com a circulação do vírus pelo mundo – com predominância da variante Delta – há preocupação de surgirem novas cepas, o que pode inviabilizar até a existência das atuais vacinas.

“É algo probabilístico. A chance existe de surgirem novas variantes a medida que o vírus avança e muita gente ainda não está vacinada”, salienta.

“E se isso ocorrer, podemos ter um jogo zerado em relação às vacinas”, salienta.

Dessa forma, a vantagem, segundo ele, é que se isso ocorrer com as atuais vacinas significa que os estudos não começariam do “zero”.

“Temos que estar preparados para viver uma eventual hecatombe e saber lidar com isso”, define.

Relação vacinas/habitantes

Coincidência ou não, países com alta de casos têm indicadores vacinais abaixo do que o próprio Brasil, que já foi o epicentro da doença.

Assim, hoje, o país, vice-líder em mortes, contabiliza cerca de 607 mil vítimas fatais pela Covid-19 até o momento, com média inferior a 500 mortes/dia – bem distante das mais de 4 mil mortes diárias em dias do primeiro semestre.

No Brasil, algumas regiões já atingiram mais de 50% da população com o esquema vacinal completo.

No caso do Estado de São Paulo, onde 2/3 da população já está com a vacinação completa.

Dessa forma, conforme o levantamento da universidade americana, são 127.730 doses de vacinas aplicadas para cada 100 mil brasileiros.

Portanto, acima do próprio Estados Unidos, cuja  média hoje está em 125.818/100 mil habitantes.

Dessa forma, o dobro e até o triplo dos atuais países que enfrentam esta nova onda.

Ou seja, são os casos da Russia (70.462 doses aplicadas/100 mil), Romênia (63.834/100 mil) e Ucrânia (38.299/100 mil).

“Isso comprova que as vacinas funcionam”, salienta.

Momento melhor que o esperado

Durante a entrevista concedida ao jornalista Francisco La Scala, Gonzalo reconheceu que acreditava que o Brasil estivesse vivendo um momento delicado neste momento em razão do avanço da Delta pelo País e no mundo.

“Isso mostra que quem teve a variante Gama não terá a Delta”, acrescenta.

Por sua vez, a Gama teve origem em Manaus, no Brasil, e a Delta na Índia, ambos países bem populosos, como a Rússia, referendando a preocupação do médico.

Segundo  Gonzalo, dois fatores se destacam neste cenário.

Ou seja, a vacinação em massa e a aceitação por parte da população – ao contrário do que ocorre em outros países – .

Além da própria contaminação de pessoas com a variante Gama.

“Assim, há uma queda de casos em pessoas que não foram vacinadas nem tiveram contato com a delta – ou as duas coisas juntas”, explica.

Abertura de atividades

Durante o programa, Vecina também falou que acredita ser ainda temerária a abertura geral de atividades, como estádios e espaços fechados com 100% da capacidade, e até a possibilidade de desobrigar o uso de máscaras, especialmente em áreas fechadas. (nas abertas, ele admite esta possibilidade).

“Devemos abrir com inteligência e respeito ao vírus”, alertou.

Por sua vez, ele salientou também a preocupação com eventuais concentrações de pessoas, especialmente em festas de fim de ano e estádios de futebol, com as crianças, grupo que ainda não foi vacinado.

Assim, apesar de pouco letal, a Covid-19 também faz vítimas nesta faixa etária.

Segundo estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sobre a covid-19 em crianças e adolescentes, a probabilidade de mortes entre menores brasileiros por Covid é maior que a média internacional.

Até o mês passado, 3.561 crianças tinham morrido pela doença no Brasil.

Deste total, 326 eram bebês com menos de 1 ano.

Além disso, o médico também destacou a atenção às crianças e adolescentes não vacinados que irão embarcar em cruzeiros, cujas medidas serão divulgadas nesta sexta (29).

Os cruzeiros iniciam na próxima semana.

Assim, o primeiro embarque em Santos ocorrerá no dia 5.

Dessa forma, Vecina ainda falou sobre a importância de se tomar a dose de reforço (ou terceira dose) entre pessoas acima de 60 anos e eventuais efeitos colaterais.

“Os benefícios superam qualquer contraindicação”, destaca.

Além disso, ele reforçou que o ideal é que o prazo previsto nas indicações dos fabricantes forem respeitados, evitando as antecipações.

Assim, outros temas também abordados, como a CPI da Covid.

Confira o programa completo

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