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04 DE MAIO DE 2009

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Gotas de atenção

A cena é bastante comum em qualquer restaurante ou lanchonete, especialmente após as refeições habituais. Os clientes, para “ajudar na digestão”, pedem um cafezinho. Logo em seguida, o garçom solta a pergunta: “açúcar ou adoçante?”. O que é melhor de responder  numa hora dessas? Na verdade, para ambas as opções, há cuidados a serem observados. […]

Por: Da Redação

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A cena é bastante comum em qualquer restaurante ou lanchonete, especialmente após as refeições habituais. Os clientes, para “ajudar na digestão”, pedem um cafezinho. Logo em seguida, o garçom solta a pergunta: “açúcar ou adoçante?”. O que é melhor de responder  numa hora dessas? Na verdade, para ambas as opções, há cuidados a serem observados.


O adoçante, por exemplo, surgiu com o intuito de ser uma opção ao açúcar para quem, seja por razões de saúde, seja por motivos estéticos, quer evitar maiores calorias e (ou) está em regime. E os diabéticos, principais vítimas do excesso de açúcar? Não seriam eles os maiores beneficiados? Sim e não, pois mesmo dentre os tipos de adoçantes, há alguns que não são recomendáveis a quem tem esse problema.


Um exemplo é o aspartame, talvez o mais famoso do gênero. Para se ter uma ideia, ele é consumido por mais de 200 milhões de pessoas no mundo e sua substância está presente em mais de 6 mil produtos. E por não afetar a liberação da insulina, cuja falta de regulação é um perigo para o diabético, esse é um tipo de adoçante recomendado para portadores da doença.


O mesmo não se pode dizer, por sua vez, do sorbitol. Segundo alguns estudos, ele não é facilmente metabolizado — ou seja, tem dificuldade para reagir e ter as moléculas ‘quebradas’, sendo bastante prejudicial para o diabético, que encontra problemas justamente por seu sistema não estar preparado para ‘quebrar’ os pedaços de glicose que entram no corpo, tornando sua utilização não-recomendável. Fica o alerta, ainda, de que o sorbitol também é encontrado, naturalmente, em frutas como pera, ameixa, cereja, pêssego e maçã, além de ser também altamente diurético.


De qualquer maneira, o que deve ser atentado, primordialmente, independentemente do tipo de adoçante — ou edulcorante, como também é conhecido — é a ingestão diária aceitável (IDA), índice estabelecido pelo Ministério da Saúde, seguindo indicações da Organização Mundial da Saúde (OMS). No caso, trata-se da quantidade recomendada de ingestão diária de determinadas substâncias, incluídas ou não em outros alimentos, em relação à massa da pessoa.


Por exemplo: segundo o médico nutrólogo da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), Carlos Alberto Werutsky, no caso do aspartame, há certa “liberdade” para o usuário normal. “Cerca de 50 sachês (de aspartame) consumidos diariamente ainda não chegam a afetar a IDA”, aponta.


No caso, por exemplo, do ciclamato, outra espécie de edulcorante, o recomendado é o consumo de cerca de 11 miligramas diárias por quilogramas da massa da pessoa. De acordo com o site RG Nutri, isso significa que uma pessoa com 50 quilos, aproximadamente, pode ingerir cerca de 550 miligramas de ciclamato diariamente até o fim da vida. No caso da sacarina — mais uma substância possivelmente presente nos adoçantes — o limite aconselhado é de 250 miligramas por quilo do usuário.


Conforme Werutsky, a sacarina e o ciclamato são utilizados nos famosos tubos de adoçantes líquidos. “O consumo diário, por exemplo, de três tubos desse tipo de adoçante é outro caso que se situa dentro do que indica a IDA”, explica.


Riscos


A estipulação desses níveis serve, dentre outros motivos, para lidar com alertas que vem sendo feitos em algumas pesquisas, para efeitos nocivos sobre os adoçantes às pessoas.


A sacarina, por exemplo, já foi proibida no Canadá e o ciclamato, nos Estados Unidos, por ser constatado que podem aumentar riscos de câncer de bexiga. Até por isso, os limites indicados à IDA sofreram redução no ano passado. Pelo sim, pelo não, evitam-se maiores problemas.


Há algumas frentes que valorizam os chamados edulcorantes naturais (como o próprio sorbitol e a frutose — cuja utilização em diabéticos é recomendada apenas sob prescrição médica), em detrimento aos artificiais. O médico, no entanto, rechaça tal tese.


“Não é porque os adoçantes são naturais que eles são ‘privilegiados’. Por exemplo, a stévia, ao ser registrada no Ministério da Saúde, deve ter certificado de pureza, porque, se misturada a outros steviosídeos, pode ser tóxica ao organismo”, destaca.


Outro alerta que geralmente é feito trata do aspartame como prejudicial ao sistema nervoso por ter substâncias que podem bloquear outras que rumam para o cérebro, afetando, por exemplo, o sono. Werutsky, por sua vez, acredita que tal pensamento não procede. “Nenhum adoçante ataca o sistema nervoso. Quando consumidos dentro da IDA, eles não oferecem risco aos seres humanos”, finaliza.

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