O surto da gripe H1N1 pode vir acompanhado por outro de conjuntivite viral. Isso porque, um estudo mostra que 61% das pessoas contaminadas pelo vírus também apresentam conjuntivite.
De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, a queda da imunidade e o fato dos olhos serem órgãos externos explica a incidência, embora a inflamação ocular também possa ocorrer isoladamente. Por isso, só quando a conjuntivite aparece junto com tosse e febre sinaliza gripe H1N1. A doença é a inflamação da conjuntiva, membrana transparente que recobre a face interna das pálpebras e a esclera (parte branca do olho). Muitos casos estão associado à sinusite, resfriado, asma, rinite e bronquite que chegam a triplicar no outono e inverno, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). O especialista afirma que o maior agente transmissor é o contato dos olhos com mãos contaminadas. As aglomerações em ambientes fechados também facilitam a propagação.
Os sintomas são: pálpebras inchadas, vermelhidão, coceira, ardência, sensação de areia nos olhos, lacrimejamento, secreção transparente e fotofobia (aversão à luz). Por ser altamente contagiosa, observa, a conjuntivite viral é um importante fator de afastamento do trabalho que pode durar de três a quatro semanas. Os principais grupos de risco são crianças que estão com o sistema imunológico em desenvolvimento, gestantes, e idosos por causa da diminuição da lágrima.
Álcool não elimina vírus
Queiroz Neto afirma que nas empresas os maiores veículos de contaminação são os teclados de computador, mouse e interruptores de luz. O especialista também chama a atenção para os carrinhos de supermercado e balcões do varejo. Engana-se quem pensa que passar álcool nos objetos elimina vírus. A principal recomendação para evitar o contágio é lavar as mãos com frequência, principalmente depois de usar objetos que foram manuseados por outras pessoas e ingerir bastante água para manter a hidratação. O especialista também recomenda usar óculos escuros que além de melhorar o conforto ocular, evitam a proliferação do vírus desencadeada pela exposição à radiação ultravioleta.
Tratamento
O tratamento da conjuntivite viral é feito com compressas geladas, lubrificação intensa e colírios anti-inflamatórios. Nos casos mais severos é indicado colírio com corticóide que pode causar glaucoma se for usado por tempo prolongado ou tornar o vírus resistente quando o tratamento tem interrupção brusca. Neste caso, o oftalmologista adverte que podem se formar membranas na conjuntiva. Quando isso acontece exige aplicação de laser para remover opacidades que reduzem a acuidade visual. Por isso, os colírios só devem ser usados sob prescrição e acompanhamento médico.
O especialista comenta que um erro comum cometido por muitas pessoas é a aplicação de água boricada nos olhos. Isso porque. aumenta a irritação e pode causar alergia. O único lubrificante seguro é a lágrima artificial sem conservante ou com conservante virtual que desaparece em contato com a mucosa ocular.