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09 DE MARÇO DE 2010

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HC traça mapa do abuso de álcool em idosos de SP

Um estudo realizado pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, traçou o mapa do abuso de álcool entre os idosos na capital paulista. O levantamento, feito com 1.563 pessoas com 60 anos ou mais, apontou que 9,1% dessa população abusa do álcool, o equivalente […]

Por: Da Redação

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Um estudo realizado pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, traçou o mapa do abuso de álcool entre os idosos na capital paulista. O levantamento, feito com 1.563 pessoas com 60 anos ou mais, apontou que 9,1% dessa população abusa do álcool, o equivalente a 88 mil idosos do município. Mais do que isso, o estudo traçou um perfil dos idosos que sofrem com o problema.


Entre os dados que se destacam na pesquisa, está a influência da escolaridade na incidência do alcoolismo na população idosa. Entre os idosos que nunca estudaram está o mais alto índice: 15,9%. A taxa vai caindo conforme aumenta o tempo de estudo dos idosos. Na faixa que estudou de um a quatro anos, o índice de alcoolismo é de 10,9%; entre os que estudaram de 5 a 8 anos, o índice é de 7,5%; de 9 a 11 anos de estudo, índice de 4,4%; já entre os idosos que estudaram por 12 anos ou mais, o índice de alcoolismo cai a 2,2%.


A pesquisa também mostrou que o alcoolismo está presente em todas as classes econômicas, mas principalmente entre as camadas mais pobres. A classe A tem 7% de sua população idosa sofrendo com o alcoolismo; na classe B, são 3,1% dos idosos; na classe C, 8,8% dos idosos; na classe D, 13,6% dos idosos; na classe E, 18,3% dos idosos.


Em relação ao estado civil, a pesquisa revelou que o maior índice de alcoolismo está entre os idosos casados, com 13% de idosos alcoólatras. Os solteiros têm índice de 6,6%; separados ou divorciados, 5,6%. Já entre viúvos, o índice é de 4,2%.


No geral, o índice de alcoolismo entre os homens idosos atingiu os 20%. Entre as mulheres, esse índice ficou em 3,1%.


Cada idoso foi solicitado a responder se: 1) já sentiu que deveria parar de beber; 2) se outras pessoas já a perturbou criticando-o pelo fato de beber; se ele já se sentiu mal ou culpada por beber; se já bebeu logo cedo para acalmar os nervos ou melhorar de uma ressaca.


Duas ou mais respostas positivas foram consideradas indicações para alcoolismo nos idosos. “Os números são preocupantes. O consumo excessivo de álcool é extremamente prejudicial à saúde desses homens e mulheres acima dos 60 anos. Além dos males clínicos à saúde, há também os problemas sociais, de relacionamento com a família e com os amigos”, afirma Cássio Bottino, coordenador do programa de Terceira Idade do Instituto de Psiquiatria.


Os idosos são mais sensíveis ao efeito do álcool. O uso abusivo de bebida alcoólica aumenta o risco de quedas, problemas de desnutrição, aumento de pressão arterial e doenças cardiovasculares. Além disso, como essa população frequentemente faz uso de medicamentos, a interação com o álcool pode ser altamente prejudicial.


Clínicas especializadas


            A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo mantém dois serviços especializados em tratamento de adultos dependentes de álcool e drogas. Uma em São Bernardo do Campo e outro em Itapira, no interior paulista. O projeto terapêutico tem coordenação do professor Ronaldo Laranjeira, professor titular do Departamento de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (Unifesp).


O atendimento é feito por equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, psicólogos e terapeutas ocupacionais, entre outros. Além de medicação específica, os pacientes em tratamento têm atendimento psicológico individual e coletivo, participarão de atividades físicas e esportivas como caminhada, natação e futebol e realizarão terapias ocupacionais, como oficinas de pintura, artesanato e expressão corporal, entre outras.


O objetivo das duas clínicas é oferecer um modelo voltado à desintoxicação, mas fora do ambiente de enfermaria hospitalar para o qual essas pessoas costumam ser encaminhadas. Cabe aos municípios realizar a triagem desses pacientes, verificando a necessidade de internação.

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