Terra de Augusto Severo, professor, aeronauta e deputado federal – que até empresta seu nome para rua em Santos -, Macaíba, na região metropolitana de Natal, é considerada um polo nacional de desenvolvimento de pesquisas na área de neurociências.
E a cidade se prepara para galgar novos planos, com a implementação de seu parque tecnológico em construção vizinha ao Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra.
A Prefeitura local busca apoio do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para definição dos próximos passos para submissão do projeto Moderniza Macaíba, cujo objetivo é virtualizar 100% da prefeitura, com a modernização do parque tecnológico municipal.
Assim, a previsão é que o projeto traga investimentos, via BNDES, na ordem de R$ 22 milhões voltados à renovação do parque.
Além da aquisição de data centers, servidores modernos, armazenamento de dados em nuvem e desenvolvimento de sistema e aplicativos que facilitem o acesso aos serviços públicos pela população.
Startups
Dessa forma, o novo espaço privilegiará três fontes de pesquisa para atração de startups: energias renováveis, indústria 4.0 e a área da saúde.
“São grandes áreas não só para o Rio Grande do Norte, mas também para o País”, salientou.
Dessa forma, além da participação do Instituto Santos Dumont, o espaço contará com o apoio dos governos do Estado, universidades, como a UFRN, e o sistema S (Senai, Sesc, Sebrae) no planejamento de ações e captação de recursos por meio de aceleradoras.
“O parque permite que as pessoas tenham ideias empreendedoras que não necessariamente precisam estar atreladas à parte acadêmica, como o mestrado”, salienta Edgar Morya, gerente do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra.
Bacharel em Fisioterapia pela USP e pós-doutor em Fisiologia Humana, o profissional participou do Jornal Enfoque – Manhã de Notícias desta sexta (27).
Além disso, ele falou do trabalho desenvolvido pela organização social, que conta com apoio do Ministério da Educação.
Neuroengenharia
Além de atendimento à população por meio de atendimento a pacientes com problemas neurológicos, o instituto une pesquisa e ensino no mesmo espaço, como o mestrado em Neuroengenharia – o primeiro e único reconhecido pela Capes no País.
Assim, ele permite pesquisas no desenvolvimento de soluções para determinadas áreas da neurociência, como a relação cérebro-máquina e neuromodulação.
“Do interior do Rio Grande do Norte, queremos se tornar o grande instituto para o Brasil”, enfatiza.
Portanto, o centro de reabilitação do instituto atende pacientes com problemas nas áreas física, auditiva, visual e intelectual, mostrando sua relevância social.
Entre os estudos desenvolvidos estão os relacionados à interface cérebro-máquina.
Ou seja, onde estímulos elétricos são aplicados em áreas específicas no sistema nervoso como forma de garantir melhor qualidade de vida a pacientes de Parkinson, por exemplo.
Outros temas
Durante a entrevista, Morya falou dos estudos desenvolvidos com o uso da CBD (canabidiol) em tratamentos de doenças neurológicas.
“Pesquisas já mostram os efeitos positivos”, salienta.
O pesquisador também falou sobre o uso cada vez mais frequente da neurociência no mundo esportivo.
Assim, capacetes adotados por jogadores do Liverpool antes da grande final contra o Real Madrid acabaram chamando a atenção da mídia sobre a novidade.
Dessa forma, trata-se da neuromodulação de um atleta que permite identificar o seu rendimento monitorando seu organismo e adequando o seu descanso pós-jogo.
“Isso ajuda a evitar problemas durante a atividade esportiva e até lesões”, salienta.
Confira o programa completo