Tradicionalmente, outubro é o mês de combate e prevenção do câncer de mama. No mundo, campanhas são realizadas com a finalidade de conscientizar as mulheres sobre a importância da mamografia, assim como o diagnóstico precoce da doença.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), o tumor de mama é o mais comum entre as mulheres, correspondendo a 28% de novos casos a cada ano.
Em 2016, estima-se o surgimento de cerca de 57 mil casos.
Epidemiologicamente, o câncer, de modo geral, é causado por múltiplos fatores internos e externos, como a informação genética e o consumo de álcool e cigarro.
“A influência das informações que os genes carregam oscila entre 15 e 20%. Em alguns casos, na família, isso pode aumentar”, afirma.
“Estatisticamente, mulheres que não amamentaram tem mais chance de ter o câncer de mama”, salienta o médico oncologista Sylvio Ayalla.
Para o profissional, manter os exames que analisem a saúde da mama em dia podem evitar o agravamento da doença, pois as células cancerígenas têm a capacidade de se multiplicarem de maneira rápida e descontrolada.
De acordo com dados da Prefeitura Municipal de Santos, em média, são solicitadas 1 mil mamografias por mês na rede municipal de Saúde. No mês de outubro, este número salta para 1800, por conta da campanha Outubro Rosa.
Em nota, a prefeitura ressalta que “a rede ainda registra um grande número de faltas nos exames pré agendados, em torno de 25% do total”, o que é bastante preocupante.
Mamografias
No ano passado, foram realizadas 13.269 mamografias, sendo 55,7% do total para mulheres de 50 a 69 anos.
O Ministério da Saúde recomenda uma mamografia a cada dois anos.
Todavia, em alguns casos, existe a necessidade de maior frequência, principalmente quando pessoas do mesmo grupo familiar (mãe, irmãs) já tiveram a doença, como foi o caso da aposentada, Maria Cecília Fonseca Moraes, de 54 anos.
“Descobri o câncer na mama aos 50 anos”, lembra.
“Eu fazia os exames de seis em seis meses desde os 40 anos, pois minha mãe e irmã morreram de câncer”, diz.
“Mas o novo médico disse que não havia necessidade dessa frequência e resolveu fazer anualmente”, comenta.
Maria recorda que sentia fortes dores próximas à axila e quando fez a mamografia foi constatada a doença.
“Ele [o câncer] não aparecia na ultrassonografia, só na mamografia. O tumor cresceu muito rápido em um ano, era agressivo demais. Resolvi tirar as duas mamas e fazer a reconstrução”, relata.
Maria conta que ao receber a notícia do câncer ficou bem triste, mas aceitou o diagnóstico.
“O conselho que dou é que a mulher não pode vacilar. Faça os exames! E se o câncer aparecer, não desista, lute! O tratamento não é fácil, ao contrário, mas a luta é necessária”, enfatiza, mostrando seu próprio exemplo.
Hoje, ela é voluntária no Instituto Neo Mama, ajudando outras mulheres a enfrentar o problema.