A Organização Mundial de Saúde (OMS) fez um alerta na última quinta-feira (6) para a falta de progresso na redução da transmissão de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e recomendou o uso de camisinha para impedir essa disseminação.
Um relatório da OMS revelou que a cada dia são registrados no mundo mais de 1 milhão de casos de doenças sexualmente transmissíveis.
De acordo com dados mais recentes, em 2016 houve mais de 376 milhões de novas infecções de clamídia, gonorreia, sífilis e tricomoníase.
Esse número é praticamente o mesmo de 2012, o que mostra uma estagnação na redução da transmissão de DSTs.
“Estamos vendo uma falta de progresso preocupante na luta para impedir a disseminação de infeções sexualmente transmissíveis em todo o mundo”, disse o diretor-geral de Preparação e Resposta a Emergências da OMS, Peter Salama.
Ele pediu que autoridades garantam que todos tenham acesso aos serviços necessários para prevenir e tratar essas doenças.
Infecções
De acordo com a OMS, em 2016 foram registrados 127 milhões de novos casos de clamídia, 87 milhões de gonorreia, 6,3 milhões de sífilis e 156 milhões de tricomoníase.
Essas infecções são as mais prevalentes entre pessoas com idades entre 15 e 49 anos.
“Em média, uma em cada 25 pessoas no mundo tem pelo menos uma destas quatro DSTs”, ressaltou a organização.
Segundo a especialista em infecções sexualmente transmissíveis da OMS, Teodora Wi, há a preocupação de que o uso do preservativo possa estar diminuindo, já que as pessoas perderam o medo de contrair o HIV com o surgimento de tratamentos antivirais mais eficazes.
Wi afirmou que as pessoas estão mais complacentes com a proteção. Além disso, ressaltou que isso é extremamente perigoso num momento em que relações sexuais se tornaram mais acessíveis com os aplicativos de encontro.
Raramente essas doenças apresentam sintomas no início. Dessa forma, muitos dos doentes não sabem que estão infectados e precisam de tratamento, permitindo desta maneira que essas DSTs continuem se espalhando.
“Consideramos uma epidemia oculta, uma epidemia silenciosa e perigosa”, ressaltou Melanie Taylor, uma das autoras do relatório da OMS.
Se não forem tratadas corretamente, as DSTs podem causar graves danos. Doenças cardíacas e neurológicas, infertilidade, abortos e maior risco de contrair o HIV são algumas consequências.
Elas são transmitidas principalmente pelo contato sexual desprotegido. No entanto, também podem passar da mãe para o bebê durante a gravidez, bem como no parto.
O uso da camisinha é o método mais eficaz para a proteção contra a transmissão de DSTs.
Além disso, a OMS também enfatizou a importância da educação sexual para a prevenção.