A segunda onda de calor do ano, prevista para os próximos dias, deve elevar a sensação térmica a até 70°C em algumas regiões do Brasil. Com isso, especialistas alertam para o aumento dos casos de dengue. No estado de São Paulo, os primeiros 40 dias de 2025 registraram mais de 120 mil infecções, incluindo a morte de uma criança de 11 anos.
A relação entre calor e dengue
Segundo a infectologista pediátrica Carolina Brites, “o mosquito Aedes aegypti é mais frequente em áreas urbanas, onde há aglomeração de pessoas e locais propícios para os ovos, que se desenvolvem em águas paradas. O aumento das temperaturas, aliado às chuvas no fim do dia, favorece a proliferação do mosquito e o crescimento do número de casos”.
Vacinação e prevenção
Para conter o avanço da doença, o Ministério da Saúde priorizou a vacinação de crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos na rede pública. “A vacina é segura e aplicada em duas doses, sendo recomendada para pessoas de 4 a 60 anos. Pais devem levar seus filhos para vacinar e, se possível, buscar imunização em clínicas particulares para toda a família”, explica Brites.
Além da vacinação, a prevenção contra o mosquito continua essencial. O Ministério da Saúde recomenda medidas como manter caixas d’água tampadas, limpar calhas, guardar pneus em locais cobertos, virar garrafas para baixo e evitar o acúmulo de água em vasos de plantas. “A população deve estar atenta, pois o ciclo de reprodução do mosquito é rápido e pequenas negligências podem resultar em novos focos”, alerta a especialista.
Sintomas e cuidados com cuidados
Profissionais de saúde precisam considerar a dengue no diagnóstico de pacientes com febre e sintomas inespecíficos. Brites destaca que reconhecer precocemente é essencial para um acompanhamento adequado.
Em crianças pequenas, os sintomas podem diferir dos adultos. “Dores podem ser percebidas por choro intenso e irritabilidade. Outros sinais incluem febre alta, manchas vermelhas na pele, dores musculares, dor de cabeça e recusa de alimentos e líquidos, o que pode levar à desidratação”, explica a infectologista.
No fim do período febril, podem surgir sinais de alerta, como vômitos persistentes, dor abdominal intensa, sangramento espontâneo, sonolência excessiva e extremidades frias. “A doença pode iniciar de forma leve e só ser identificada quando já está em estado grave”, alerta Brites.
Conscientização e responsabilidade coletiva
Com o aumento expressivo dos casos, especialistas reforçam a importância da prevenção e da vacinação. A população deve adotar medidas para evitar a propagação do mosquito e buscar atendimento médico ao primeiro sinal da doença.
Sobre Carolina Brites
Atualmente, é professora de Pediatria na UNAERP Guarujá e na Universidade São Judas em Cubatão. Trabalha no serviço público de saúde na CCDI – SAE Santos e no Hospital Regional de Itanhaém, além de manter consultório particular e atuar na Santa Casa de Santos.
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