A partir de 2025, o Hospital Guilherme Álvaro, de Santos, e principal unidade regional de saúde pública do litoral paulista e Vale do Ribeira, deixará de atender serviços na área neonatal e outros serviços voltados aos recém-nascidos e gestantes.
A ideia é que os serviços de neonatologia, UTI neonatal, obstetrícia e banco de leite também deixem de ser oferecidos na unidade.
E que migrem para a futura maternidade em construção em São Vicente.
A pediatria, porém, permaneceria.
Além disso, o HGA passaria a contar com neurocirurgia para casos de AVC isquêmico e hemorrágico, além de cirurgia cardíaca.
Tais serviços ocorrem na Santa Casa de Santos, porém, em razão da alta demanda, há casos de espera de até um mês por pacientes, ampliando o risco de letalidade de pacientes.
Assim, a notícia da eventual mudança de local trouxe preocupações para setores envolvidos.
O médico e vereador eleito Marcos Caseiro (PT) pretende promover um encontro ainda este mês com a direção do hospital e médicos ligados aos setores envolvidos para chegar a um acordo sobre as alterações previstas.
Reclamações
Desse modo, a enfermeira Roberta Panzarin, que foi usuária do Banco de Leite, está preocupada com o fechamento do serviço no HGA.
Ela soube do fechamento do Banco de Leite e de outros serviços por funcionários do próprio hospital.
“Não podemos deixar esse fechamento acontecer. O Banco de Leite do Hospital Guilherme Álvaro é o único da Baixada Santista. O serviço é de grande importância. Se for fechado, poderá ter aumento da mortalidade neonatal”.
Ela aborda que há orientação gratuita para as mães sobre amamentação, pois muitas têm dificuldades e nem condições de pagar uma consultora de amamentação.
Unidade vicentina
O futuro hospital, que há expectativa de ser custeada pelo Estado em conjunto com o Município, terá mais de 90 leitos.
Pelo menos 80% da parte física da unidade já está concluída.
São quatro elevadores, além da UTI neonatal, internação pediátrica, três salas de cirurgia, suítes pós e pré-parto.
Além de atendimento psicológico, brinquedoteca, solarium, jardins e estacionamento.
A expectativa da equipe administrativa é aumentar em 40% os atendimentos do município.
O investimento de R$ 67 milhões está sob custeio da Fundação Lusíada.
Como contrapartida, a universidade utilizará o local como campo de estágio para os alunos da instituição.
Assim, o espaço onde hoje os serviços de maternidade são oferecidos no HGA deve ser ampliado.
Atendendo as áreas de ginecologia oncológica, para tratamento de pacientes com AVCs isquêmico e hemorrágico e infarto do miocárdio.
Estes serviços já existem, mas tendem a ganhar novos espaços em razão da transferência dos serviços neonatais.
Isso porque a demanda é crescente e faltam leitos.
Hospital
Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informa que o Hospital Guilherme Álvaro (HGA) é uma unidade de alta complexidade.
Além disso, estuda ampliar os atendimentos nas áreas de maior demanda regional, como doenças cardiovasculares e oncologia.
Assim como a assistência materno-infantil, as três áreas estão elencadas como prioritárias, no processo de Regionalização da Saúde, realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), envolvendo os nove municípios do Departamento Regional de Saúde da Baixada Santista.
O atendimento a estas especialidades está garantido na região.
A reorganização da rede assistencial ocorre para assegurar a ampliação dos serviços à população, incluindo as novas maternidades construídas nos últimos anos na região.
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