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Opiniões

11 DE MARÇO DE 2017

Giro cultural

Por: Da Redação

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coluna

 

Uma data, Uma luta
Em relação ao Dia Internacional da Mulher(8), li um relato muito lúcido de uma jovem de São Paulo de 26 anos, Beatriz Calil, que diz tudo:”Quando eu ando sozinha na rua durante a noite, eu tenho medo…não, pera, eu não ando na rua sozinha durante a noite. Quando eu ando com meu namorado na rua durante a noite ele não tem medo, eu tenho.

Quando um cara estranho se aproxima de nós, meu namorado tem receio de perder o celular e os documentos num assalto, eu tenho medo de ser estuprada e/ ou morta. Quando ando sozinha na rua durante o dia ouço milhões de cantadas, quando ando com meu namorado não ouço nenhuma. Quando ando com amigas ouvimos milhões de cantadas X 3.

Quando me visto antes de sair de casa penso primeiro por onde vou passar, se estará movimentado e se vou ter carona para voltar para casa. Não penso só se está frio ou calor ou qual roupa eu estou querendo usar naquele dia, como os homens pensam. Quando vou pegar um Uber confiro a placa, a foto do motorista, as avaliações e ainda assim passo toda a corrida bem alerta. Enquanto isso, os homens simplesmente chamam o Uber, entram e chegam em seus destinos bem tranquilos.

Quando eu vou pegar carona num aplicativo de carona para viajar até Campinas, confiro todas as avaliações e recomendações do motorista e, quando ele é homem e não tem referências, eu não vou e pago o dobro (de dinheiro e de tempo) numa viagem de ônibus. Enquanto meu namorado e meus amigos homens simplesmente escolhem a carona pensando no horário que preferem viajar.

Já conheci vários homens muito simpáticos e adoráveis, que achei que eram meus amigos, mas daí quando não quis ficar com eles, eles sumiram. Enquanto isso, os homens sabem que quem se aproxima deles com simpatia e amizade não vai se afastar se eles negarem fazer sexo. Ainda sou obrigada a escutar gente dizendo besteira sobre o feminismo e fazendo piadinhas idiotas sobre o dia da mulher. Ser mulher não é ótimo, não é fácil e não é engraçado. Se não for para ajudar e lutar com a gente cala a sua boca, faz favor”.

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