Não provocou surpresa a decisão do presidente americano Donald Trump em retirar os Estados Unidos do acordo climático assinado em Paris, na França, que prevê a redução da emissão de gases na atmosfera para tentar evitar a elevação das temperaturas.
O problema, aliás, já tem crescido ao longo das décadas, pelo processo de industrialização e emissão de gases tóxicos e carbono na atmosfera.
A decisão anunciada por Trump foi criticada por ambientalistas e até empresas do setor petrolífero, como a Exxon, de reconhecido potencial poluidor.
Trump, que teve uma passagem recente desastrosa na Europa, já havia emitido sinais da saída dos Estados Unidos deste acordo global – algo que deverá demorar quatro anos, ou seja, na prática só ocorrerá em seu eventual segundo mandato ou para seu sucessor – a qual seu antecessor, Barack Obama, havia assinado.
A própria chanceler alemã, Angela Merkel, havia anunciado que a Europa não poderia depender mais dos Estados Unidos, irritando Trump. Vale lembrar que o acordo foi firmado com o aval de 194 países.
O megaempresário que virou presidente alega que o tratado de Paris prejudica seu país na geração de empregos, especialmente nas minas de carvão .
Esquece de dizer que hoje já existem mais trabalhadores americanos atuando na energia solar que neste segmento. E a tendência é que o gás substitua cada vez mais o carvão para gerar energia, com efeitos menos prejudiciais à natureza.
A Inglaterra, por exemplo, planeja extinguir a exploração carvoeira até 2025. Ou seja, enquanto o mundo procura novas alternativas energéticas, os Estados Unidos demonstram, conforme seu presidente, optar pelo retrocesso.
Com o crescimento em escala das energias alternativas, os preços – que sempre foram um impeditivo, especialmente aos países do Terceiro Mundo – também começam a cair e se tornam mais atraentes.
Na Índia, com suas disparidades sociais, o valor da energia solar é 18% menor que o custo produzido pelas usinas movidas à carvão.
O Brasil também tem ampliado sua atuação com energias renováveis, mesmo que timidamente. De acordo com o ranking da Global Wind Energy Council, organização especializada em energia eólica, o Brasil ocupou a 5ª colocação no ranking mundial de capacidade instalada no ano passado. E com potencialidade de crescimento, especialmente no Nordeste.
Como diria um dos principais ambientalistas americanos, Michael Brune, sobre a atitude intempestiva de Trump, “a retirada esperada é um erro histórico que nossos netos olharão para trás com consternação e aturdidos de como um líder mundial poderia estar tão separado da realidade e da moralidade”. Triste notícia às vésperas do Dia Mundial do Meio Ambiente.
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