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11 DE ABRIL DE 2013

Culpa de Napoleão

Por: Fernando De Maria

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Poderia ser um número como outro qualquer. Afinal, só é possível avaliar um governante após sua passagem durante 1.461 dias (quatro anos de mandato). Mas a expressão teria surgido com Napoleão Bonaparte, que exilado  na Ilha de Creta fugiu em 1815 e retornou à França para tirar do poder Luís XVIII, em uma insurreição que durou exatos 100 dias, até ser derrotado  novamente. Esta fase histórica foi conhecida como o Governo dos Cem Dias. Por ironia, o período relembra a crônica de uma derrota. 
Alguns sinalizam, inclusive, que este é o tempo que a população convive pacificamente, como uma espécie de namoro entre o governante e os munícipes. Espaço ideal para as queixas se dissiparem e a culpa lançada pelo  eleito em relação ao antecessor perder espaço. 
Dos nove prefeitos da região empossados em 1º de janeiro, seis iniciaram o mandato e se depararam com dificuldades inerentes a quem assume o Executivo, bem distinta em relação ao papel que eles ocupavam no Legislativo, seja como deputado ou vereador. A exceção é o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão, no comando do município pela quarta vez.
Mesmo entre os reeleitos, o panorama financeiro não é animador. Cubatão enfrenta problemas de caixa em razão da queda na arrecadação de impostos e despesas em alta. Guarujá carrega um peso considerável para o pagamento de precatórios, sendo o terceiro município brasileiro com o maior volume de dívidas deste gênero a serem pagas.
Não bastasse, a tendência de alta da inflação, a retração do mercado, fato sentido especialmente nos setores de comércio e serviços, os maiores empregadores da região, também contribuem para um 2013 não tão animador, refletindo-se na receita dos cofres municipais.
Com este quadro de incertezas econômicas, muitas das promessas de campanha tiveram que ser deixadas de lado momentaneamente. No entanto, não se pode desconsiderar que outras foram literalmente abandonadas, como o empreguismo de praxe, especialmente em autarquias e empresas públicas, onde ex-candidatos a vereador e seus familiares e amigos são encaixados na administração como forma de compensação pela não eleição.
Voltando às finanças, o prefeito de São Vicente, Luís Carlos Bili, foi quem encontrou a situação mais calamitosa. Sem recursos, com baixa arrecadação e uma série de problemas sociais, Bili sabe que o namoro com a população está acabando e não basta continuar a criticar seus antecessores. Terá que ser criativo.
O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, vive uma situação mais confortável que seu vizinho de ilha, mas enfrenta problemas  políticos e administrativos, que também tumultuam seu início de governo. 
Porém, há tempo suficiente para corrigir rotas, traçar novos rumos e até trocar peças para a melhor fluidez  dos trabalhos. É o que a população espera dos mandatários. 

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