As contas externas brasileiras apresentaram resultado negativo em 2018.
O déficit em transações correntes, que são compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com outras nações, chegou a US$ 14,511 bilhões, segundo dados divulgados hoje (28) pelo Banco Central (BC).
O déficit do ano passado é pouco mais que o dobro registrado em 2017, quando ficou em US$ 7,235 bilhões.
O superávit comercial (exportações maiores que importações de mercadorias) contribuiu com US$ 53,587 bilhões para reduzir o déficit das contas externas.
Por outro lado, a conta de serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de investimentos, entre outros) registrou saldo negativo de US$ 33,952 bilhões.
Por outro lado, a renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários), registrou déficit de US$ 36,668 bilhões.
Entretanto, a conta de renda secundária (renda gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) teve resultado positivo de US$ 2,522 bilhões, no ano passado.
Investimento estrangeiro
Quando o país registra saldo negativo em transações correntes, precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior.
Portanto, a melhor forma de financiamento do saldo negativo é o investimento direto no país (IDP), porque recursos são aplicados no setor produtivo.
No passado, esses investimentos chegaram a US$ 88,314 bilhões.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, os investimentos ficaram em 4,7%.
No entanto, o déficit das contas externas representou 0,77%. O IDP em relação ao PIB foi o maior desde junho de 2001 (4,79%).