A Fundação Seade divulgou na última semana uma atualização da agenda demográfica e de políticas públicas para o Estado de São Paulo até 2050. Com base em tendências que incluem fecundidade, mortalidade e migração, o instituto antecipou uma realidade já comum em países europeus: a diminuição da população e o crescimento dos idosos.
Pelo levantamento, a partir de 2027 os maiores de 60 anos superarão as crianças e adolescentes com menos de 15 anos no Estado de São Paulo. Hoje, a melhor idade representa 11,6% da população. Em 2050, chegará a 29,8%. Os menores de 15 anos, por sua vez, terão sua participação reduzida para 14%. Hoje, são 21,5%.
A Baixada Santista será uma das poucas onde o percentual de crianças e adolescentes será superior à média paulista. Isso graças aos municípios com menor densidade demográfica, como Peruíbe, Mongaguá e Bertioga.
De forma individual, algumas cidades já encontram este cenário, como Santos. O mesmo estudo apontou tendências demográficas para 2030 e revela situações interessantes, que precisam ser analisadas com especial atenção pelos gestores públicos e especialistas em planejamento, pois o perfil da população irá mudar na região em pouco menos de duas décadas.
Até 2030, conforme a projeção, a Baixada Santista terá 1 milhão 957 habitantes, 15% a mais que na atualidade. O avanço populacional se refletirá mais na terceira idade. Na comparação entre as faixas etárias extremas (menos de 15 anos e mais de 60), a população mais experiente representa hoje 38,6%, contra 61,4% entre menores de até 15 anos. Em 2030, haverá uma inversão: os mais velhos crescerão para 52% do universo.
Não bastasse, cidades como São Vicente, terão mais moradores acima de 60 anos do que crianças. Guarujá e Cubatão baterão na trave. Isso implicará em alterações no planejamento municipal, pois a tendência é que sobrem vagas em escolas e faltem em asilos e centros de convivência. Não bastasse, os municípios terão que rever seus orçamentos, pois os recursos hoje repassados pelo Fundeb – Fundo de Manunteção de Educação Básica tendem a diminuir com a queda no número de crianças nas escolas.
Por sua vez, as prefeituras serão empurradas a investir mais com a população da terceira idade, em áreas como saúde e assistência social, sem contar com a previdência dos servidores municipais. E o repasse de verbas federais e estaduais para a terceira idade são bem menores que para a Educação. Se nada for feito, os rombos nos orçamentos serão inevitáveis.
Em Santos, os idosos representarão em 2030 1/4 da população, ou seja, a cidade terá proporcionalmente um número de idosos que o estado de São Paulo só atingirá 20 anos depois. Por isso, o planejamento deve iniciar logo para que os efeitos sejam minimizados no futuro.
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