Ao final do seu mandato, todo governante deixa sua marca, resultado de ações práticas desenvolvidas ao longo do seu governo. Em Santos, as administrações petistas de Telma de Souza e David Capistrano ficaram lembradas, em especial, pelas alterações no sistema público de saúde que se refletem até hoje. Beto Mansur pelas obras.
O governo Papa tem uma lista extensa de serviços prestados nas mais variadas áreas, mas uma chama a atenção: a implantação de um plano cicloviário que chega hoje a 31 quilômetros de extensão.
Lembro-me que minha primeira grande reportagem publicada no jornal A Tribuna, em agosto de 1990, foi sobre as bicicletas e a necessidade de construção de ciclovias como alternativas para o trânsito. Afinal, pelas características geográficas, Santos e a região reúnem todas condições topográficas para fazer delas uma alternativa econômica e saudável para todos. Após duas décadas, isso hoje é possível.
Na ocasião, só haviam trechos que literalmente ligavam nada a lugar algum, como o existente na Avenida Martins Fontes, na entrada da cidade, e posteriormente, na Avenida Portuária. Somente no governo Mansur é que surgiu uma ciclovia à beira-mar, mas ainda incompleta.
Sem interligações entre elas, o ciclista precisava fazer malabarismos para não ser atropelado. Quantas mortes não poderiam ser evitadas ao longo deste período se a cidade já não estivesse completamente atendida pelas rotas.
Neste sentido, Papa resolveu colocar em prática algo que era óbvio: interligar e ampliar a malha existente, transformando em uma nova alternativa de transporte para minimizar os impactos sempre crescentes do trânsito cada vez mais caótico resultado do aumento diário da entrada em circulação de novos veículos.
Além disso, a ação colaborou para estimular que os municípios vizinhos fizessem o mesmo, facilitando a vida das milhares de pessoas que usam a magrela como seu meio de transporte.
Hoje, Santos é considerada um modelo, ganhando o título de amiga da bicicleta. Até o final do mês, deverá ser entregue o trecho do José Menino junto à faixa de areia – que deveria ter ocorrido antes se o bom senso dos órgãos federais prevalecesse. Além disso, já foram iniciadas as obras dos três quilômetros da ciclovia da Av. Nossa Senhora de Fátima, na Zona Noroeste, e outros 1.700 metros na Rua João Pessoa aguardam a pavimentação da via. Obras que serão concluídas pela próxima administração.
Um fato merece ser destacado. Na comparação dos primeiros semestres, o número de vítimas fatais (ciclistas) em 2010 e 2011 foi de cinco casos/ano. Em 2012, dois, o que comprova a importância deste tipo de realização que atende a todos, sem distinção. Só a diminuição no número de mortos já justificaria sua existência. Afinal, as ciclovias também salvam vidas.
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