Janeiro é sinônimo de férias para muitos, assim como para o colunista. Apesar da distância física, a tecnologia estreita o contato e agiliza a comunicação permitindo que eu não abandone a minha meia dúzia de fieis leitores semanais.
Nas andanças por outras paisagens, percebe-se o quanto o País é belo e merece ser conhecido. Somos abençoados pelas belezas naturais reunidas nos mais distintos rincões. Mas, como jornalista, é impossível se desligar dos fatos que ocorrem ao seu redor. E analisar questões do cotidiano. Vamos, portanto, por escalas.
Primeiro: para um País que sediará uma Copa do Mundo em pouco mais de três anos, nossos aeroportos estão longe de estarem preparados para receber dignamente os turistas. Promessas não faltam. Resta saber se as obras programadas não serão feitas a toque de caixa.
No Aeroporto Internacional de Salvador, é vergonhoso o tamanho da fila que os estrangeiros são submetidos antes de embarcarem aos seus destinos. A desorganização é irritante. Sem dúvida, uma triste lembrança para quem deixa a capital baiana.
Em Congonhas, na Capital paulista, o mais importante e movimentado do País, apenas cinco esteiras ficam à disposição dos passageiros para recebimento das malas. Assim, é comum o mesmo espaço ser compartilhado por dois voos levando os passageiros a esperarem por mais tempo para retirarem suas bagagens após o desembarque. Um verdadeiro teste de paciência.
Segundo: pela primeira vez viajei de navio. Um passeio diferente que permite ter contato com outras localidades e fazer amizades com moradores de outras cidades. E você percebe o sacrifício (logístico e financeiro) que estas pessoas têm para se deslocar até o terminal de passageiros em Santos. Percorrem centenas de quilômetros, como moradores de Mato Grosso do Sul, Brasília e Presidente Prudente, no extremo oeste paulista, para curtirem momentos de lazer a bordo de um cruzeiro. Nem sempre, no entanto, recebem o tratamento adequado.
Não vou entrar no mérito do terminal de passageiros – objeto de reportagens e artigos neste jornal -, mas fica claro que o espaço físico não acompanhou na mesma proporção o crescimento no volume de pessoas ao longo da última década, que se multiplicou por 10.
Apesar dos anúncios da empresa administradora do espaço, os investimentos estão bem abaixo do volume empregado que os passageiros pagam como taxa de embarque/desembarque. Acima de três navios atracados no terminal é sinal de transtornos na certa. Mais um teste ocorrerá neste final de semana, com quatro navios atracando no sábado (29) e cinco no domingo (30). Caos à vista mais uma vez. Já virou rotina.
Como o espaço da coluna é curto, deixarei para outra oportunidade para falar sobre o turismo receptivo na Cidade em relação aos cruzeiros, que obteve avanços, mas ainda perde oportunidades importantes.
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