Rua Tymbiras – A sobrevivente | Boqnews

Vias de Santos

09 DE JUNHO DE 2025

Siga-nos no Google Notícias!

Rua Tymbiras – A sobrevivente

Rua que homenageia uma tribo indigena do Norte e Nordeste brasileiro é a única “sobrevivente” de três vias abertas que também levavam nomes de tribos

Por: Ronaldo Tarallo Jr.
Da Redação

array(1) {
  ["tipo"]=>
  int(27)
}

A Rua Tymbiras é a única remanescente de um conjunto de ruas indígenas do Gonzaga.

Ela homenageia uma tribo indigena do norte e nordeste do Brasil, eternizada na literatura brasileira.

Assim, hoje é a única “sobrevivente” de um conjunto de três vias abertas, que também levavam nomes de tribos, onde eram sítios.

QUE RUA INDIGENA É ESSA?

Localizada no coração do Gonzaga, com cerca de 160 metros e uma única quadra, o logradouro foi criado em 17 de abril de 1923.

Portanto, a sanção da lei 688 foi assinada pelo prefeito em exercício Arnaldo Ferreira de Aguiar.

No entanto, essa criação se deu após a doação das terras para prefeitura, onde ficavam os sítios de Francisco B. de Queiroz Ferreira e Julio Conceição.

Assim, no local  foram abertas as ruas Tymbiras e Tupy (atual Rua Djalma Dutra).

Além disso, a rua aberta pela Economisadora Paulista entre as ruas Dr. Galeão Carvalhal e Azevedo Sodré teve a denominação de Tamoyos, atualmente o trecho leva o nome de Jorge Tibiriçá

TYMBIRAS OU TIMBIRAS?

A grafia correta é com a vogal “I”, facilmente encontrado na literatura brasileira e na história deste povo originário.

Então por que a placa de rua e a lei que criou o logradouro estão escrito de forma incorreta?

Dessa forma, no começo do século passado a nossa gramática tinha algumas diferenças em relação aos dias de hoje.

Farmácia, por exemplo, era escrito com “PH” e gasolina com a letra “Z”.

Assim, outro fato comum à época era a utilização do “Y” ao invés de “I”, muitas vezes acompanhada da letra “H”.

Sendo assim, é comum encontrarmos em textos da década de 1920 essa diferença, como “Parahyba”, “Piauhy” e “Goyas”

A TRIBO

Os Timbiras são povos indígenas do tronco linguístico macro-jê, incluindo os Apinajés, Canela, Krahô e Gaviões do Oeste, localizados principalmente no Maranhão, Tocantins e Pará.

Ao longo dos séculos XVIII e XIX, sofreram com a escravidão, além de ataques, epidemias de sarampo e a expulsão de suas terras por criadores de gado e produtores agrícolas.

Por essa razão, esses fatores reduziram sua população e impactaram fortemente sua cultura tradicional.

Assim, apesar das mudanças — como casas em estilo sertanejo — os Timbiras ainda preservam rituais ligados aos ciclos da vida.

Seus costumes incluem corte de cabelo uniforme entre homens e mulheres e o uso de cabaças como utensílios.

“Os Timbiras” foi o nome do poema épico de Gonçalves Dias, de acentuado cunho indianista.

GONÇALVES DIAS

O poema “Os Timbiras”, de Antônio Gonçalves Dias, não deve ser considerado uma representação fiel da cultura dos povos que levam esse nome.

Nascido em 1823 na vila de Caxias, no Maranhão, ao norte das terras timbira, o poeta deixou a região ainda jovem e não teve contato direto com esses povos.

Por isso, atribuiu-lhes costumes dos Tupi do litoral, baseando-se em relatos de viajantes e em projeções de valores e sentimentos próprios do ambiente urbano em que viveu.

Até mesmo os nomes dos personagens do poema foram inspirados na língua tupi, e não na dos Timbiras.

ETIMOLOGIA

Acredita-se que a origem do nome é Tupi, da palavra “Tinpira”, podendo significar “os amarrados”, “Tin” que quer dizer amarrar e “pi’ra” que pode ser traduzido como passivo, baseada nas práticas de adornamento corporal dos Timbiras

BAIXADA SANTISTA

As cidades de Itanhaém, Guarujá e Praia Grande também homenageiam os Timbiras em suas ruas.

 

Notícias relacionadas

ENFOQUE JORNAL E EDITORA © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

desenvolvido por:
Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.