O Santos FC registrou um déficit de R$ 37.416.612 no primeiro trimestre de 2025, segundo relatório apresentado pelo Conselho Fiscal na reunião do Conselho Deliberativo da última segunda-feira (30). O valor supera em mais de R$ 14 milhões a previsão orçamentária para o período, que estimava um prejuízo de R$ 23.260.917.
Apesar de arrecadar R$ 174,9 milhões entre janeiro e março — R$ 53 milhões acima do previsto — o clube viu os custos operacionais dispararem. As despesas chegaram a R$ 154,8 milhões, bem acima dos R$ 93,2 milhões orçados. Entre os principais gastos estão salários, encargos e direitos de imagem, que somaram R$ 61 milhões.
O gasto com o elenco profissional atingiu R$ 79,6 milhões no trimestre, quase o triplo dos R$ 27,1 milhões registrados no fim de 2024. O crescimento foi puxado principalmente pelos pagamentos de salários e direitos de imagem, que atingiram os maiores valores em fevereiro e março.
Relatório
O relatório também aponta aumento nas dívidas com fornecedores, contratações e intermediações. Essas obrigações cresceram de R$ 156 milhões para R$ 309 milhões. As despesas com luvas e comissões somam cerca de R$ 150 milhões, considerando compromissos de curto e longo prazo.
Outro ponto de atenção é o aumento dos acordos judiciais e parcelamentos com a Receita Federal e o INSS. As obrigações trabalhistas saltaram de R$ 130 milhões para R$ 175 milhões no trimestre, o que amplia o peso das parcelas mensais no caixa do clube.
O Conselho Fiscal recomendou maior controle orçamentário e alertou que o déficit acumulado representa mais de 40% do rombo estimado para o ano inteiro, que é de R$ 89,5 milhões. O relatório foi assinado em 15 de maio.
Mesmo com o cenário preocupante, o programa Sócio Rei teve crescimento de 60%. O número de associados subiu de 45.799 para 73.145, impulsionado pela expectativa gerada com a possível volta de Neymar. A arrecadação com o programa chegou a R$ 17,5 milhões no trimestre.
Apesar do aumento nas receitas, o patrimônio líquido do Santos segue negativo. Ao fim de março, o clube apresentava passivo a descoberto de R$ 567,3 milhões — piora em relação aos R$ 529,9 milhões registrados no fim de 2024.
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