
Dezenas de pessoas acompanharam as comemorações da Festa das Nações que ocorreu no último sábado (30).
Foto: Susan Hortas/PMs/Secor
A Societá Italiana di Santos inicia em setembro um levantamento dos italianos e descendentes que vivem na cidade. O cadastro deve acabar em dezembro e a intenção é traçar o perfil dessa comunidade, onde mora, onde trabalha e qual a formação escolar.
As pessoas devem procurar a entidade à Avenida Ana Costa, 311 – cobertura, de segunda a sexta-feira das 14 às 22h ou aos sábados, das 9 às 13h. Os documentos necessários são RG, CPF e comprovante de residência.
As informações foram dadas pela presidente da instituição, Célia Bertolini,no último sábado (30), durante as comemorações pelos 117 anos da societá, na Fonte dos Sapos. O evento foi organizado pela Secretaria da Defesa da Cidadania (Secid).
Em outubro começam os cursos de genealogia (origem das famílias e dos nomes) e de culinária italiana. Ela disse que com a internet os jovens se distanciaram das tradições, de suas origens e a entidade pretende valorizar esses princípios.
Festa das Nações
Dezenas de pessoas acompanharam as comemorações da Societá Italiana di Santos. Houve apresentação das bandas Carlos Gomes e Antonio Bittencourt Giovanni e de grupo de palhaços. As canções italianas foram acompanhadas pelas palmas do público.
O secretário-adjunto da Secid, Nicola Margiotta Junior, disse que a importância do evento vai além das comemorações, passa pela valorização das etnias. “Já fizemos trabalhos com as comunidades cigana, portuguesa e italiana. A intenção é em 2015 realizarmos a Festa das Nações, Santos vai na contramão de onde acontece conflitos étnicos, estamos semeando a cultura da paz entre os povos”.
Colônia
Costanzo Casu nasceu em Roma, está no Brasil há 18 anos e vê algumas semelhanças entre santistas e italianos. Citou entre essas o porto e a praia, que o fazem lembrar de Nápoli e Genova, mas elege como a maior semelhança a hospitalidade dos dois povos. “O santista acolhe muito bem, tanto que não senti dificuldade em adaptação”.
Liliana Blasioli Barbieri é filha de italiano, vindo de Abbruzzo (região central) e também apontou a acolhida como a marca dos dois povos, além da praia. “Muitos italianos chegaram a Santos pelo porto e não saíram daqui porque a população é hospitaleira e a Copa do Mundo deixou isso evidente”.
Irma Bason é neta de italiano e elegeu a praia como o ponto comum entre as nações. “O mar está na alma italiana. Tanto que muitos que fixaram residência e trabalharam em São Paulo, na aposentadoria querem morar em Santos”.